WhatsApp fez espionagem a favor de Israel e contra o Irão? Zuckerberg diz ser “infundado”

18 jun, 14:35
WhatsApp (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

O WhatsApp desmentiu as acusações do regime iraniano - que acusou esta aplicação (detida pela Meta de Mark Zuckerberg) de estar ao serviço de Israel, “o inimigo sionista”. “Não fornecemos informações em massa a nenhum governo”, assegura o WhatsApp 

A empresa responsável pelo WhatsApp, a Meta, rejeitou esta quarta-feira as acusações do regime iraniano, que alega que a aplicação de mensagens está a partilhar informações de utilizadores com Israel. 

A denúncia partiu da televisão estatal iraniana, que apelou à população para remover o WhatsApp dos seus telemóveis, num momento de tensão militar crescente entre os dois países.

“WhatsApp e Instagram estão a recolher informações sobre indivíduos e a fornecê-las ao inimigo sionista, incluindo a sua última localização conhecida e comunicações identificadas com nomes próprios”, afirmou a emissora estatal, sem apresentar qualquer prova para sustentar as acusações.

A resposta da empresa norte-americana não tardou. Num comunicado, o WhatsApp classificou as alegações como falsas: “Estamos preocupados que estes relatos infundados sirvam de pretexto para o bloqueio dos nossos serviços, precisamente numa altura em que as pessoas mais deles precisam”.

A plataforma sublinhou ainda que todas as mensagens enviadas são protegidas por encriptação de ponta a ponta, o que significa que apenas o remetente e o destinatário têm acesso ao conteúdo — pelo que, teoricamente, nem mesmo o próprio WhatsApp o pode ler.

Nos últimos dias, os serviços de internet no Irão têm sofrido interrupções significativas. Funcionários, especialistas e cidadãos apontam o dedo ao governo iraniano, que poderá estar a restringir deliberadamente o acesso para travar a disseminação de informações sobre os ataques militares e mitigar eventuais ciberataques israelitas.

Ainda no mesmo comunicado, o WhatsApp reforçou que não monitoriza as mensagens trocadas entre utilizadores, nem segue a sua localização precisa, e garantiu: “Não fornecemos informações em massa a nenhum governo”. 

A tecnologia de encriptação de ponta a ponta — desenhada precisamente para proteger a privacidade digital — continua a ser um obstáculo considerável para os serviços de segurança e de espionagem que tentem aceder a comunicações privadas. E num contexto de guerra aberta “na sombra”, a confiança nos canais de comunicação torna-se, mais do que nunca, um campo de batalha paralelo.

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