O dia em que Costa deu dois bónus a quem aderir ao novo "incentivo": a 3ª dose

6 jan 2022, 14:40

Primeiro-ministro apresentou as novas medidas de combate à pandemia: diz que é o tempo de o país tornar a avançar - mas com cautela -, deu algumas novidades previsíveis (sobre as escolas, sobretudo, mas mesmo aí tinha um facto relevante a anunciar sobre o isolamento de turmas) e afinou a estratégia para acelerar a toma da terceira dose (ou da segunda para quem tomou Janssen), que não está a decorrer até aqui ao ritmo ideal. É que quem a tomar vai ter privilégios relevantes

Portugal entra nas próximas duas semanas numa nova fase de combate à pandemia, aliviando algumas das restrições aplicadas no Natal e no Ano Novo. As escolas regressam à atividade a 10 de janeiro e o teletrabalho deixa de ser obrigatório a 14, dia em que também bares e discotecas podem voltar a reabrir. Nas restantes atividades, certificado digital ou testagem obrigatória mantêm-se. Pelo meio há um aviso de António Costa: "A pandemia ainda não terminou". Mas vamos por partes.

Alunos voltam dia 10 de janeiro

A primeira mudança é, na verdade, uma confirmação de algo que já tinha sido dado como garantindo mas que entretanto tinha sido colocado novamente em dúvida. A 10 de janeiro as crianças de todo o país voltam às aulas presenciais, algo que estava previsto acontecer a 3 de janeiro, mas que foi adiado, por causa da semana de contenção de contactos - que termina a 9.

“Nas escolas pode verificar-se uma alteração significativa. Estamos em condições de confirmar que as escolas podem retomar a normalidade do seu funcionamento na próxima segunda-feira, como estava previsto”, afirmou António Costa.

No regresso à escola, as turmas deixam de ter de fazer isolamento quando existir um caso positivo, com o Governo a apostar antes numa estratégia de testagem ao longo das próximas duas semanas.

Em paralelo, avança também a vacinação, que entre 6 e 9 de janeiro abrange crianças dos 5 aos 11 anos e todos os professores e pessoal não docente.

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Teletrabalho, de obrigatório a recomendado

Se há medida que nos tem acompanhado ao longo destes quase dois anos, essa medida é o teletrabalho. Começou em março de 2020 e foi sofrendo alívios ou apertos, como aconteceu no fim do ano que terminou, quando passou a ser obrigatório.

Obrigatório continua até 14 de janeiro, altura em passa a recomendado, algo que só deixou de ser em outubro mas que regressou em dezembro. O primeiro-ministro justifica o alargar da medida com o aumento de casos.

“Porque na próxima semana prevê-se ainda um crescimento do número de casos – e porque devemos avançar com cautela –, vamos prolongar até dia 14 a obrigatoriedade do teletrabalho, que passará a ser meramente recomendado a partir de dia 14”.

Bares, discotecas e restaurantes

Já está outra vez com saudades de um pezinho de dança? É normal, passámos a grande maioria dos últimos meses sem poder ir a bares ou a discotecas. O aparecimento da variante Ómicron voltou a tirar-nos isso, mas se está mesmo a pensar em ir dançar pode começar já a apontar para dia 14 de janeiro, quando bares e discotecas têm ordem de "libertação".

A partir daí, no entanto, é exigido um teste negativo para o acesso, até porque, ao contrário dos funcionários, os clientes não são obrigados a utilizar máscara, não havendo também limitação da lotação dos espaços.

Ao mesmo tempo, continua proibido o consumo de bebidas alcoólicas na via pública, como forma de conter os ajuntamentos noturnos. E para ir a um restaurante vai ter de continuar a levar o certificado digital, que atesta a vacinação, a testagem ou a recuperação em relação à covid-19. Esta medida aplica-se ainda a espaços como hotéis ou alojamento local, espetáculos, eventos com lugares marcados e ginásios.

Relacionado com outros espaços comerciais continua a limitação de uma pessoa por cada cinco metros quadrados, até porque, alertou António Costa, "vão acabar as proteções de saldos e promoções".

Os dois bónus da terceira dose

A dose de reforço tem sido, aos poucos, generalizada à população, mas agora ganha nova importância, até para fazermos o nosso dia-a-dia. É que, quem ainda não tiver levado a dose de reforço vai ter de apresentar teste negativo para aceder aos seguintes espaços: lares de idosos; estabelecimentos de saúde (no caso de visitas a internados); grandes eventos; recintos desportivos.

Na prática, mantém-se uma regra já aplicada anteriormente, mas que agora abrange menos população, uma vez que quem já tem a terceira dose (ou no caso da vacina Janssen a segunda), deixa de estar sujeito a um teste. No fundo, caso queira ir ver um jogo de futebol ou ir visitar um familiar a um lar, desde que tenha a dose de reforço, pode fazê-lo sem necessidade de apresentar teste.

De acordo com o primeiro-ministro, este é um "incentivo para as pessoas que já estão em condições para a dose de reforço procedam à sua vacinação". Outro facto: as pessoas com dose de reforço ficam isentas de isolamento

Ómicron deixa aviso

O primeiro-ministro afirma que a situação portuguesa não é a mesma de há um ano, o que se comprova pelos números de internamentos e de mortes. Temos muito mais casos, mas muito menos mortes e hospitalizações. “Não estamos numa situação de pressão sobre os internamentos, quer em cuidados gerais, quer em cuidados intensivos". "Temos neste momento no nosso sistema hospitalar cerca de 16 mil pessoas internadas e menos de 10% são doentes covid-19”, afirmou o líder do executivo no final da conferência de imprensa.

Segundo António Costa, em termos de condições sanitárias o país atravessa “neste momento, felizmente, uma situação tranquila”. “Caso a situação se alterar, teremos sempre em conta os diferentes indicadores, que têm que ver com a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde”, ressalvou, já depois de ter defendido que, face aos indicadores disponíveis, “há condições para se avançar com cautela” no levantamento de restrições.

Fundamental, diz o primeiro-ministro, "é que as pessoas se continuem a vacinar": "Nós sabemos quais são os efeitos imediatos desta infeção, mas ninguém sabe os efeitos a longo prazo. Não é por ela ter efeitos imediatos menos gravosos que devemos desvalorizar a sua gravidade”, acrescentou.

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