Problemas na produção causam rutura de 858 medicamentos (e muitos só devem ser repostos em 2023)

CNN Portugal , BCE
26 out 2022, 07:40

REVISTA DE IMPRENSA - O Inderal, a Nimodipina e o Champix são alguns dos medicamentos que estão em falta

No início desta semana, 858 medicamentos estavam em rutura nas farmácias, entre os quais há 33 substâncias que não têm alternativa dentro da mesma molécula, obrigando os médicos a optar por outro tratamento para o doente, e três que não têm opção terapêutica.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o bastonário da Ordem dos Médicos reconhece que a situação é "preocupante", afirmando que "os médicos fazem de tudo para encontrar soluções para os doentes" mas cabe ao Estado monitorizar e encontrar alternativas. 

Os dados, que foram obtidos através da plataforma de Gestão da Disponibilidade do Medicamento que está disponível no site do Infarmed, mostram que esta é uma situação constante e que está relacionada sobretudo com problemas na produção dos medicamentos, sejam de marca ou genéricos. Há ruturas que levam meses a serem corrigidas, e outras que duram poucos dias.

Entre os fármacos indisponíveis, destaca-se o Inderal, utilizado no tratamento da hipertensão e da angina de peito, e que entrou em rutura em setembro e cuja reposição só está prevista para o início do próximo ano. Até lá, os Infarmed permite que os hospitais e farmácias adquiram o fármaco através de uma Autorização de Utilização Excecional (AUE).

Os problemas no fabrico da substância ativa também levaram à rutura da Nimodipina, indicada na prevenção e tratamento de défices neurológicos isquémicos, e cuja data de reposição está prevista para o final do ano. À semelhança do Inderal, o Infarmed indica que esta substância também pode adquirida por AUE.

Outro fármaco em rutura é o Champix, indicado para o tratamento do tabagismo. De acordo com o Jornal de Notícias, as embalagens foram retiradas do mercado pelo fabricante depois de ter sido detetada a presença de uma impureza, em setembro do ano passado. A reposição também está prevista para março de 2023, mas o Infarmed nota que há alternativas a este fármaco disponíveis no mercado.

Porém, há outros medicamentos que estão em falta e que não estão incluídos nestes dados da Gestão da Disponibilidade do Medicamento, como é o caso do Ozempic, indicado para o tratamento da diabetes tipo 2 e que está em falta por ser prescrito para a redução de peso, como noticiou recentemente a TVI/CNN Portugal.

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