Melhor ou pior: infeções sobem 339%. Aumenta também o número de internamentos, mas continua bem abaixo comparado com o ano passado

7 jan 2022, 18:35
Médias diárias entre 31 de dezembro e 6 de janeiro

Seguindo a tendência das últimas semanas, todos os indicadores atuais, à exceção do número de casos diários, são positivos face aos de há um ano

No sexto dia do ano Portugal registou 38.734 novos casos de covid-19. Os internamentos também subiram, estando agora 1.353 pessoas em enfermaria, mais 42 do que na quinta-feira. Também se registou um aumento do número de pessoas nos cuidados intensivos, sendo atualmente de 161, mais três do que na quinta-feira.

Contudo, comparando as semanas de 31 de dezembro a 6 de janeiro de 2021 e deste ano, podemos verificar uma quebra de 62% na média de internados em enfermaria. Há um ano, a média era de 3.109 internados, ao passo que a atual se situa nos 1.190.

Quanto aos internados em UCI, a queda é maior: 70%. A média entre 31 de dezembro e 6 de janeiro deste ano foi de 150 pessoas nos cuidados intensivos, face aos 503 registados no período homólogo.

Também nesse período registou-se uma média de 81 mortes por dia, número marcadamente superior aos 17 verificados no espaço temporal mais recente.

A quantidade de testes realizados continua bastante mais alta desde o último dia do ano passado. Desde então, registou-se uma média diária de 227.630 testes, um número mais de cinco vezes superior aos 35.656 de há um ano. A taxa de positividade dos testes à covid-19 é também inferior no período mais recente em 4,6 pontos percentuais.

Pandemia menos grave

A CNN Portugal está a publicar esta análise sobre dados semanais para aprofundar a comparabilidade, evitando por exemplo comparar um dia de semana deste ano com um dia de fim de semana do ano passado. Fá-lo para medir não apenas valores absolutos, mas também para poder aferir sobre a gravidade comparada com o passado. Como vários especialistas têm apontado, a variante Ómicron, agora dominante, tem uma transmissibilidade muito elevada, mas o seu impacto é menor do ponto de vista do desenvolvimento de doença grave e da mortalidade, até porque este ano há uma larga cobertura vacinal em Portugal.

Estes indicadores mostram que a pandemia está mais alastrada, mas é menos grave nesta semana de viragem do ano do que era um ano antes.

Notas: a proporção entre número de infetados e número de testes realizado não é a taxa oficial de positividade, pois muitos dos casos confirmados podem referir-se a análises em atraso (é, ainda assim, uma aproximação a essa taxa).

Da mesma forma, a relação entre internados e infetados é uma indicação, ressalvando-se que muitos podem tornar-se internados apenas algum tempo depois da infeção.

Recorde-se que os números de internados e em UCI são as médias em cada dia (não os novos internados ou os novos em UCI), seguindo-se a metodologia utilizada todos os dias pela DGS, que tem como utilidade medir a ocupação e a disponibilidade dos hospitais. Quando por exemplo se vê uma proporção de 4,4% entre internados e infetados, isso não significa que 4,4% dos infetados sejam internados, mas sim que face ao número de infetados comunicados nessa semana havia uma média de 4,4% de número de internados. São esses os critérios comunicados diariamente pela DGS.

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