Picos de chuva, cheias e muitas consequências. Mau tempo fica até domingo e há vários avisos a ter em conta

14 nov 2024, 21:00

Alentejo e Algarve são as zonas mais afetadas. Já há zonas inundadas e a situação pode piorar com contaminação da água potável ou derrocadas de terras

O cenário não é, nem de perto, o que se viveu em Valência há umas semanas, mas a “gota fria” que chegou a Portugal já começa a fazer-se sentir, nomeadamente no Alentejo e no Algarve, onde já há estradas inundadas e até carros retidos, com vários condutores a serem surpreendidos pela rápida subida das águas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) emitiu um aviso à população para que tenha cuidado, esperando-se várias ocorrências naquelas zonas, nomeadamente inundações em zonas urbanas, mas também cheias.

No Algarve, e segundo o primeiro-ministro, isso não só já acontece, como deve vir a acontecer durante os “próximos dias”. Pedido que sejam respeitados todos os avisos feitos pelas autoridades, Luís Montenegro confirmou que “estamos, no Algarve, na zona do país onde há mais dificuldade em captar e reter água, com inundações no Algarve, e vamos estar nos próximos dias”.

“Estamos, de resto, a preparar todo o nosso sistema de Proteção Civil para poder atenuar no Algarve e no Alentejo os picos de chuva e as possibilidades de cheia que estão perspetivadas poderem ocorrer nos próximos dias”, acrescentou.

Picos de chuva e cheias que motivaram a elaboração desse mesmo plano para, como disse o primeiro-ministro, “atenuar” os efeitos que se podem vir a sentir.

E não é apenas chuva. De acordo com os avisos feitos, esperam-se agueiros fortes de granizo, acompanhados de trovoada, algo que se pode estender nos próximos três dias, de acordo com a Proteção Civil, que alertou ainda para fenómenos extremos de vento.

E também não são apenas as cheias por si só que preocupam. Consequências como transbordo de rios e de ribeiras são possibilidades, além de derrocadas de terras que podem ser provocadas pela entrada de água nos solos instáveis.

Em paralelo, e nas zonas mais afetadas em que os lençóis freáticos possam ser atingidos, as autoridades avisam que existe o risco de contaminação de água potável por "inertes resultantes de incêndios rurais".

O arrastamento para as estradas de objetos soltos, ou desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito do vento forte pode "causar acidentes com veículos em circulação" e peões na via pública, especificou a ANEPC, em comunicado.

No Algarve, a chuva intensa que caiu de manhã durante cerca de 20 minutos alagou estradas em Moncarapacho, no concelho de Olhão, e caves e lojas na baixa de Albufeira, o concelho do distrito de Faro onde se registou o maior número de ocorrências, das quais cinco na via pública, seguindo-se Moncarapacho, mas nenhuma delas com gravidade.

Segundo o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), uma depressão fria nos níveis altos da atmosfera irá provocar uma mudança no estado do tempo, que já se faz sentir esta quinta-feira. Diz o organismo que, até ao final do dia 17, estão reunidas condições para a ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes, e acompanhados de trovoadas.

Pode ainda dar-se a queda ocasional de granizo, em particular nas regiões do Centro e Sul. No Baixo Alentejo, Algarve, Setúbal, Lisboa e Santarém podem ocorrer fenómenos extremos de vento. O IPMA diz que nestas regiões, colocadas esta manhã sob aviso amarelo, podem ocorrer valores de precipitação da ordem de 10 a 20 mm em uma hora. 

Com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Proteção Civil emitiu um aviso à população segundo o qual se espera “maior potencial de severidade” no baixo Alentejo e no Algarve.

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