A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apelou este domingo para que as pessoas se autoprotejam perante o risco de inundações em meios urbanos ao final do dia de segunda-feira e a madrugada de terça-feira. "É expectável" que as condições sejam "semelhantes" às da semana passada
Chuva intensa, trovoada e vento forte: o mau tempo está de volta já nesta segunda-feira ao final do dia na maior parte do território de Portugal Continental.
Segundo as previsões do IPMA, divulgadas este domingo pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil em conferência de imprensa, nos próximos dois dias ocorrerão "períodos de chuva por vezes forte e persistente, acompanhados por trovoada e vento forte" nas região Norte e Centro - onde está incluída a região de Lisboa. Estima-se que o "período crítico" incida no final do dia de segunda-feira", "sendo que a altura mais crítica é a madrugada de dia 20, terça-feira".
Previsões que levaram a Proteção Civil a emitir um "estado de alerta especial amarelo" em onze distritos do país: Viana do Castelo, Vila Real, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Viseu, Lisboa, Santarém e Setúbal. Face ao risco de inundações, o Comandante Nacional André Fernandes deixou um apelo à população.
"Face a esta situação no final do dia de amanhã e madrugada de terça-feira, apelamos à população que comece a adotar aquelas que são as medidas de autoproteção face à previsão intensa", apelou o Comandante, explicando que, também devido à saturação dos solos, "qualquer precipitação intensa poderá originar não só cheias nos rios, mas inundações em meio urbano".
O comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil adiantou ainda que "é expectável" que se registem os mesmos "quantitativos de precipitação semelhantes" aos da semana passada, que provocaram as últimas cheias e inundações. "Um aviso especial em particular para as áreas urbanas da região Norte, Centro e Lisboa (e Setúbal), que poderão ocorrer inundações em meio urbano", advertiu.
Estamos a falar de impactos, gerir impactos, autoproteção: prepararem-se para aquilo que é a precipitação prevista para o final do dia de amanhã e na madrugada de terça-feira", afirmou André Fernandes.
A perspetiva será que a partir de quarta-feira haverá uma melhoria do estado do tempo. Ainda assim, "importa preparar este episódio que vem", reiterou.
Portanto, explicou o comandante André Fernandes, "as pessoas deverão adotar medidas de autoproteção e adequar a condução face à situação meteorológica adversa expectável e também monitorizar aquilo que são as áreas mais suscetíveis de terem deslizamento de terras e também evitarem comportamentos de risco na linha de costa, como afastarem-se e não procurarem as zonas de costa".
Devem também limpar os circuitos de água, ou mesmo criar barreiras de proteção nas casas para a água não entrar, como chapas, referiu como exemplo.
As previsões do IPMA não excluem que venha a ocorrer precipitação por vezes forte e persistente nos restantes distritos, estimando que tal seja “menos provável na região Sul”.
A autoridade meteorológica dá ainda conta de “vento forte do quadrante sul mais intenso a partir do final da tarde de hoje” no litoral a norte do cabo Raso e nas terras altas, com rajadas da ordem dos 75 e 80/90 quilómetros por hora, respetivamente.
Paralelamente, prevê agitação marítima forte com ondulação de sudoeste de quatro a cinco metros na costa ocidental a partir das 03:00 de segunda-feira e até às 03:00 de terça-feira.
A chuva intensa e persistente que caiu na terça-feira (dia 13) causou mais de 3.000 ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém.
A Proteção Civil registou mais de 7.950 ocorrências em território nacional, inclusive 4.841 inundações, e 88 desalojados desde as 00:00 do dia 07 e até às 08:00 do dia 15.
