Carlos Moedas pede celeridade ao Governo nos apoios às vítimas do mau tempo em Lisboa

Agência Lusa , PP
9 dez 2022, 18:09
Carlos Moedas (TIAGO PETINGA/LUSA)

“Foi uma primeira reunião, mas saio daqui com alguma preocupação porque não foi claro para nós de que montantes estamos a falar e a celeridade destes apoios.", afirmou o autarca

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), pediu hoje celeridade ao Governo nos apoios que serão dados aos municípios da área metropolitana afetados pelo mau tempo, sublinhando que as pessoas estão “desesperadas”.

“Foi uma primeira reunião, mas saio daqui com alguma preocupação porque não foi claro para nós de que montantes estamos a falar e a celeridade destes apoios. Nós temos as pessoas num estado de desespero. Em Lisboa, temos muitos comerciantes e muitas pessoas que perderam tudo. Portanto, aquilo que peço ao Governo é celeridade”, afirmou o autarca social-democrata.

Carlos Moedas falava aos jornalistas no final de uma reunião do Governo com os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa (AML) para avaliar o impacto das cheias registadas na quarta-feira à noite, que contou com a presença de 11 dos 18 municípios da AML: os nove da margem norte do rio Tejo - Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira – e dois da margem sul - Seixal e Almada.

“A Câmara de Lisboa vai ajudar naquilo que puder. Vamos lançar na reunião de câmara aquilo que vamos fazer daqui para a frente. Vamos avaliar todos os danos e tentar ajudar o mais possível. Mas, aquilo que eu disse às senhoras ministras é que nós não podemos fazer isto sozinho. Nós precisamos do Estado”, ressalvou.

Argumentando com questões burocráticas, Carlos Moedas disse temer que a ajuda chegue às pessoas afetadas, no mínimo, daqui a seis meses, apelando ao Estado para que torne os processos mais céleres.

“Aquilo que eu quero deixar como mensagem é que nós precisamos de uma ajuda mais rápida e uma ajuda mais rápida é no próximo mês”, sublinhou.

Ainda a esse propósito, o autarca social-democrata descreveu a situação no terreno como “dramática”, contando com os prejuízos materiais que muitos comerciantes e particulares tiveram, tendo alguns ficado sem casa e sem carro.

“Aqui o Estado central é essencial. Numa catástrofe desta dimensão é essencial. A Câmara fará o seu papel, não tenham dúvidas”, insistiu, adiantando que irão ocorrer mais reuniões entre os municípios e o Governo.

No final do encontro, em declarações aos jornalistas, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou que o Governo vai apoiar os municípios da Grande Lisboa afetados pelo mau tempo desde quarta-feira à noite, devendo as autarquias fazer o levantamento dos prejuízos até, no máximo, 15 de janeiro.

"Os apoios dependem sempre do levantamento dos danos", disse Mariana Vieira da Silva, salientando que os municípios, em articulação com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo, deverão avaliar os prejuízos, se possível, até ao final do ano, tendo ficado como data limite o dia 15 de janeiro.

Os 11 municípios presentes na reunião foram convocados considerando os dados das ocorrências da Proteção Civil, apesar de ter sido dada a possibilidade de os restantes também comparecerem, se assim o entendessem, explicou a ministra, ressalvando que os impactos da intempérie são “muito diferenciados” entre os territórios da AML.

Não participaram na reunião, que decorreu na sede da AML, em Lisboa, sete municípios da margem sul: Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal.

Desde a noite de quarta-feira, o mau tempo associado à chuva intensa provocou várias inundações, o que motivou o corte de estradas, túneis e acessos a estações de transporte, assim como danos em estabelecimentos comerciais, habitações e veículos, causando elevados prejuízos.

Há a registar a morte de uma mulher em Algés, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, e dezenas de pessoas desalojadas.

Governo

Mais Governo

Patrocinados