O assistente pessoal, dois médicos e até "a rainha da Cetamina". O esquema que levou à morte de Matthew Perry

15 ago, 18:52

Ator de "Friends" levou várias doses da droga tranquilizante antes de morrer. Cinco pessoas foram detidas e acusadas

O assistente pessoal, dois outros médicos e mais duas pessoas foram acusados de terem dado a cetamina que levou à morte de Matthew Perry, icónico ator norte-americano que era estrela da série “Friends”, e que morreu em outubro com uma overdose.

Horas depois de se saber da detenção de várias pessoas em Los Angeles, os documentos que deram entrada no tribunal federal da Califórnia, e que são citados pelo The New York Times, ajudaram a perceber melhor o que aconteceu.

Os procuradores entendem que o assistente pessoal de Matthew Perry, em conjunto com um conhecido do ator, trabalhou com dois médicos e uma traficante de droga para chegar a doses de milhares de dólares de cetamina para o artista, que tinha um historial de dependência. Tudo isto nas semanas que antecederam a morte daquele que para muitos vai ser sempre conhecido como o Chandler Bing.

Matthew Perry foi encontrado de cabeça para baixo no jacuzi de sua casa, já morto. Mais tarde concluiu-se que tinha sofrido uma overdose de cetamina, uma substância utilizada como anestésico geral.

Entre os detidos e acusados estão Jasveen Sangha, que o tribunal descreveu como “a rainha da Cetamina”, e Salvador Plasencia, conhecido por “Dr. P”, e que trabalha como médico num centro de cuidados de urgência. Acredita a investigação que ambos mantinham uma casa que funcionava como esconderijo para droga em North Hollywood.

Ambos permitiram que o ator tomasse cetamina, apesar de conhecerem o historial de abusos de droga, de acordo com a acusação, que tem vários parâmetros: conspiração para distribuir cetamina, morte como resultado de distribuição de cetamina, posse com intenção de distribuir metanfetaminas, alterar e falsificar registos relacionados com uma investigação federal.

Já o assistente pessoal de Matthew Perry, Kenneth Iwamasa, bem como o médico Mark Chavez e um conhecido do ator, Erik Fleming, vão responder por conspiração para distribuição de cetamina.

De acordo com a investigação, algumas das pessoas envolvidas utilizaram aplicações de mensanges encriptadas e linguagem codificada para discutir a passagem da droga. Entre os termos utilizados estavam “Dr. Pepper”, “latas” ou “garrafas”, tudo referente a doses de cetamina.

A polícia de Los Angeles, onde o ator de “Friends” foi encontrado morto, disse em maio que estava a trabalhar com a Drug Enforcement Administration (DEA), que trata de casos relacionados com droga, e com os serviços de correios dos Estados Unidos.

A autópsia ao corpo do ator, divulgada em dezembro, deu conta de uma quantidade elevada de cetamina no sangue, sendo que pessoas próximas de Matthew Perry confirmaram à investigação que o artista tinha sido submetido a uma terapia com esta substância, mas que a última sessão tinha ocorrido uma semana e meia antes da morte, o que não explicaria os elevados níveis da droga no sangue.

Diz a acusação que Salvador Plasencia tentou enganar as autoridades sobre o tratamento que estava a dar a Matthew Perry. Os procuradores escreveram que o médico "providenciou um documento falso que mostrava o plano de tratamento para a vítima". Nesse documento dizia que o ator estava a tomar um máximo de 60 miligramas por dias, mas "de facto, como Plasencia bem sabia, Plasencia injetou a vítima com doses de cetamina que excediam em muito os 60 miligramas".

Não terá sido apenas uma injeção, nem de perto. Descrevem os procuradores que Salvador Plasencia vendeu cetamina avaliada em centenas de dólares a Kenneth Iwamasa, que injetou pessoalmente Matthew Perry em diferentes locais, incluindo em casa ou num parque de estacionamento. Numa dessas vezes o ator terá ficado "paralisado", o que motivou o médico a aconselhar doses mais pequenas no futuro.

Já Erik Fleming, que era próximo de Matthew Perry, comprou 25 frascos de cetamina a Jasveen Sangha, para depois as entregar a Kenneth Iwamasa, que administrou pelo menos seis injeções da droga ao ator naquele dia, a 24 de outubro, quatro dias antes da morte. Nos quatro dias seguintes, o assistente pessoal do artista deu mais de 20 injeções, acabando Matthew Perry por ser encontrado morto a 28 de outubro.

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