Martim Mayer diz que João Diogo Manteigas tentou que candidatos saíssem da AG

28 set, 22:49

Candidato veio dar a sua versão da Assembleia-Geral e acusou Manteigas e Noronha Lopes de dominar as reuniões magnas no Benfica

Martim Mayer esteve este domingo na CNN Portugal, onde falou da Assembleia-Geral deste sábado e foi muito claro a atribuir a João Diogo Manteigas a culpa de tudo o que aconteceu. 

O candidato, neto do mítico presidente Borges Coutinho, disse que foi Manteigas a tentar que todos os outros candidatos (à exceção de Rui Costa) abandonassem o Pavilhão da Luz quando Luís Filipe Vieira começasse a falar.

«Devo dizer o seguinte: o João Diogo Manteigas disse-me olhos nos olhos que iria sair da Assembleia-Geral e convidou-me a fazer o mesmo que ele. Eu recusei-me a fazê-lo. Sou um democrata e tenho interesse em ouvir todos os sócios que queiram falar. É assim que eu penso e foi essa a posição que eu tomei de imediato», referiu.

«Sei que fez o mesmo com João Noronha Lopes, ele também decidiu ficar, portanto, aqui está a origem de algo que depois escalou para situações muito mais sérias.»

Entretanto, num comunicado que lançou já depois da entrevista à CNN, o candidato foi ainda mais claro.

«Não sei se João Diogo Manteigas incitou os seus apoiantes a abandonar ou não a Assembleia, mas sei o que me propôs e aos demais candidatos, tentando depois fazer o papel de salvador do dia, ao querer ir falar para pedir a todos os sócios que deixassem Luís Filipe Vieira discursar, querendo ser a força apaziguadora. Só que ser o pirómano e o bombeiro ao mesmo tempo não é mais do que uma estratégia pérfida e eleitoralista. Pior, está convencido que é muito esperto e que faz suas as AG do SLB. Imaginem!»

Martim Mayer, de resto, não tem dúvidas que as Assembleias-Gerais têm sido dominadas por dois grupos, cada um liderado por Noronha Lopes e João Diogo Manteigas.

«Eu não digo que deve ser atribuída 100 por cento da responsabilidade a isso [vontade de Manteigas para que os outros candidatos saíssem do Pavilhão], mas que está na origem, sem dúvida nenhuma que está. Ele lá terá as razões dele, mas eu digo-lhe o seguinte: as Assembleias-Gerais do Benfica não representam os sócios do Benfica e, neste momento eleitoral, não há dúvida nenhuma que metade da Assembleia Geral está com Noronha Lopes, a outra metade está com João Diogo Manteigas e, portanto, é muito difícil», frisou.

«Veja o seguinte: o coordenador das casas do Benfica nos Estados Unidos e Canadá, o senhor Constantino, quando falou, perguntou aos candidatos como é que poderiam assegurar que todos os sócios - que ele estava ali a representar – iam poder de facto votar. Fez uma pergunta aberta, fez uma pergunta preocupado com a forma como estes benfiquistas vão votar. Sabe o que aconteceu? Apuparam-no, insultaram-no e não o deixaram acabar. Ele teve de sair do púlpito sem passar a mensagem que gostaria. Isto está errado. Isto demonstra o que se passa nas Assembleias Gerais. Eu sou totalmente contra, de tal forma que me privei de falar a segunda vez. Só falei uma vez, ao contrário de todos os outros candidatos, porque efetivamente foi um dia triste e todos os benfiquistas têm de saber isto.»

Por tudo isto, Martim Mayer considera que o sábado foi um dia muito triste na história do Benfica. Disse mesmo, aliás, que aquilo não é o Benfica.

«Eu acho que o balanço é claramente negativo. É negativo porque houve cenas muito tristes que irão pôr o bom nome do Benfica nas bocas do mundo por más razões. E negativo porque, quanto a mim, o regulamento eleitoral deveria ter sido aprovado», referiu.

«Tinha tudo para ser aprovado e para que, de uma forma construtiva, cada candidatura trabalhasse com a Mesa da Assembleia-Geral para definir por inteiro aquelas que virão a ser as regras finais desse mesmo regulamento. Portanto, estou muito triste. Acho que era dispensável tudo o que aconteceu. E acho que isto não é à Benfica. Nenhum sócio se revê nisto e por isso acho que é efetivamente um balanço negativo.»

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