"Pandemia entrou noutra fase". Governo prepara-se para aliviar medidas e pode começar pela testagem

16 fev 2022, 12:19

Marta Temido diz que eventuais alterações podem surgir no âmbito da testagem, mas também no acesso a espaços que exijam apresentação de certificado digital

Passado o pico da quinta vaga da covid-19, a ministra da Saúde não tem dúvidas: "A pandemia entrou numa outra fase". Sem querer falar em endemia, Marta Temido destacou um decrescimento do nível de casos e do índice de transmissibilidade, ainda que a incidência e a mortalidade estejam em números acima dos pretendidos.

"Conseguimos passar este inverno com uma situação controlada, que nos permite olhar com expectativa para o que aí vem", disse, "não esquecendo a vigilância e o acompanhamento do contexto, e as questões relacionadas com a efetividade vacinal e com a imunidade".

Sobre um eventual alívio de restrições, Marta Temido afirmou que Portugal foi dos países que teve menos restrições na quinta vaga, acrescentando que eventuais alterações estarão sempre ligadas a uma alteração da política de testagem, "tornando-a mais focada", mas também com a eventual não necessidade de apresentação do certificado digital em determinados espaços, como ainda se faz para ir a discotecas ou estádios de futebol.

A ministra lembrou as recomendações dos peritos, que apresentaram diferentes níveis de restrições, remetendo uma nova avaliação para o Conselho de Ministros, que decorrerá no final desta semana. Sem confirmar se novo alívio vai ser aprovado já nessa reunião, Marta Temido afirmou que o Governo vai aprovar novas medidas "tão rápido quanto possível", "sabendo que estamos a encarar o futuro com muito maior tranquilidade".

"Nós teremos uma reunião de Conselho de Ministros prevista para esta semana, e o prazo de entrada em vigor destas medidas costuma ser a seguir ao diploma que as aprova. Tão rápido quanto possível, e tão devagar quanto necessário", referiu.

Além do alívio de restrições, a estratégia para a nova fase da pandemia deverá assentar igualmente noutros três eixos.

“É essencial que continuemos a vigiar. Outro eixo é o da vacinação, é essencial que façamos as doses de reforço que ainda não foram feitas e que vacinemos as pessoas que entram em condições de ser vacinadas”, apontou, acrescentando o eixo da testagem.

Paralelamente, a ministra da Saúde adiantou ainda que Portugal está a procurar negociar a compra de novos fármacos para o tratamento da doença grave e abriu também a porta a novas medidas de saúde pública, que não dependem do executivo.

“[Essas medidas] prendem-se com questões como o número de dias que uma pessoa que está positiva tem de ficar em isolamento, se esse número de dias varia consoante a sintomatologia ligeira, grave ou de outro tipo, e até medidas relacionadas com aquilo que é a organização dos circuitos em termos de atendimento de doentes”, explicou, remetendo a decisão para a Direção-Geral da Saúde.

Afirmando que Portugal enfrentou a quinta vaga da pandemia “com muito menos restrições do que em ondas anteriores e do que em outros países”, Marta Temido disse também que o país conseguiu ultrapassar o inverno de forma controlada, insistindo na necessidade de manter, ainda assim, o acompanhamento da situação epidemiológica.

“Termos ainda muitas incertezas relativamente, por exemplo, à sazonalidade ou não, à própria imunidade decorrente da infeção, à efetividade vacinal, leva-nos a que tenhamos ainda que considerar que estamos num cenário de incerteza e não de convívio que temos relativamente a outras doenças”, disse.

Relacionados

Covid-19

Mais Covid-19

Patrocinados