O Presidente cessante, Joe Biden, abordou o caso destes prisioneiros durante o último encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, no mês passado, à margem de uma cimeira em Lima
Os Estados Unidos anunciaram que a China libertou três cidadãos norte-americanos “detidos injustamente”, algumas semanas antes do fim do mandato do Presidente cessante, Joe Biden, e do regresso de Donald Trump à Casa Branca.
Mark Swidan, Kai Li e John Leung foram libertados no âmbito de uma troca por cidadãos chineses, que não foram identificados, detidos nos EUA.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, escreveu na rede social X que falou com os três homens “quando regressavam aos Estados Unidos, mesmo a tempo do Dia de Ação de Graças”, um feriado norte-americano marcado por reuniões familiares.
Spoke to Mark Swidan, Kai Li, and John Leung as they traveled home to the United States just in time for Thanksgiving. I told them how glad I was that they were in good health and that they’ll soon be reunited with their loved ones. pic.twitter.com/AoL0UrCdO4
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) November 28, 2024
“Disse-lhes que estava muito feliz por estarem de boa saúde e por se reunirem em breve com os seus entes queridos”, acrescentou na mensagem, difundida na rede social.
Mark Swidan está detido desde 2012, depois de ter sido preso numa viagem de negócios e acusado de posse de droga.
A sua família e os seus apoiantes insistem que nunca houve qualquer prova contra ele, alegando que o seu motorista e intérprete o acusaram falsamente.
Durante a detenção, foi privado de sono e comida ao ponto de perder cerca de 45 quilos, segundo a Dui Hua, uma associação de apoio aos prisioneiros na China.
A mãe, Katherine, que vive no Texas, queixou-se numa audição no Congresso, em setembro passado, de que a administração Biden não estava a fazer o suficiente para garantir a libertação do filho. “Os nossos entes queridos não são peões políticos”, afirmou.
John Leung é um cidadão norte-americano que residia permanentemente em Hong Kong. Foi detido em 2021 e condenado por espionagem.
Kai Li nasceu em Xangai, mas é cidadão norte-americano naturalizado. Este empresário foi detido em 2016 e condenado também por espionagem.
Em setembro, David Lin, um pastor norte-americano detido na China desde 2006, foi libertado. Lin foi condenado a prisão perpétua, acusado de fraude, segundo a imprensa norte-americana, mas Washington considerou a sentença infundada.
O Presidente cessante, Joe Biden, abordou o caso destes prisioneiros durante o último encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, no mês passado, à margem de uma cimeira em Lima.
A libertação dos norte-americanos está a ser feita com a maior discrição, ao contrário das recentes trocas de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Rússia, em que o Presidente Biden foi ao aeroporto para os receber.
No total, a administração Biden está satisfeita por ter assegurado a libertação de cerca de 70 norte-americanos que considera terem sido injustamente detidos em todo o mundo, de acordo com as autoridades.
China saúda acordo alcançado com EUA para troca de prisioneiros
A China saudou hoje o acordo alcançado com os Estados Unidos para a troca de prisioneiros, embora não tenha especificado quem são os cidadãos chineses que cumpriam penas em solo norte-americano e que foram libertados.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca anunciou na quarta-feira a libertação de Mark Swidan, Kai Li e John Leung, que se encontravam detidos na China.
Entretanto, Washington libertou três cidadãos chineses que cumpriam penas nos Estados Unidos, confirmou hoje a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, em conferência de imprensa.
“Após os esforços incansáveis do Governo chinês, três cidadãos chineses que tinham sido injustamente detidos pelos Estados Unidos regressaram a casa em segurança. Isto prova mais uma vez que a China nunca abandona os seus compatriotas em momento algum”, afirmou Mao.
Sublinhou que Pequim “sempre se opôs à perseguição de cidadãos chineses para fins políticos” e que “como sempre, tomará as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos dos seus cidadãos”.
“Nesta ocasião, foi repatriado um fugitivo que se encontrava em fuga nos Estados Unidos há muitos anos. Este facto demonstra igualmente que nenhum lugar pode servir como refúgio seguro para os criminosos para sempre. O Governo chinês continuará a perseguir os fugitivos e a recuperar os bens roubados. Persegui-los-emos até ao fim”, declarou Mao, que não entrou em pormenores sobre os cidadãos chineses libertados.