Foi a primeira visita oficial do líder russo à região do Donbass, onde já decorriam combates com forças separatistas pró-russas desde 2014
O Presidente russo fez uma visita de trabalho à cidade de Mariupol, na primeira viagem de Vladimir Putin ao Donbass, no leste da Ucrânia, avançou hoje o Kremlin.
De acordo com a presidência russa, o chefe de Estado chegou de helicóptero à cidade do sul da região ucraniana de Donetsk, às margens do Mar de Azov, que no ano passado foi palco de violentos combates.
O Presidente russo foi “inspecionar alguns locais da cidade e conversar com os residentes", e andou de automóvel pelas ruas de Mariupol, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro Marat Khusnulin, que o informou sobre o andamento das obras de construção e reconstrução.
Russian state TV clip of Putin’s visit to Mariupol, with “local residents” thanking him for coming. Entire streets are cleared in Moscow when he passes through, but Russian state TV wants Russians to believe this outpouring of gratitude is spontaneous. pic.twitter.com/QMsKsf9r79
— Matthew Luxmoore (@mjluxmoore) March 19, 2023
“Tratou-se da construção de novas unidades habitacionais, centros sociais e educativos, infraestruturas e instituições médicas”, acrescentou, num comunicado, o gabinete de imprensa do Kremlin, que não especificou a duração da visita.
Putin visitou depois a cidade de Rostov-on-Don, localizada no sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia, para uma reunião com o chefe das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, e vários comandantes militares.
No sábado, Putin já tinha feito uma outra visita surpresa à Crimeia para assinalar o nono aniversário da anexação da península ucraniana pela Rússia em 2014.
No início de março, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, também fez uma visita oficial a Mariupol para analisar as obras de reconstrução da infraestrutura na cidade.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu na sexta-feira um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, pelo seu alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia.
O procurador-geral do TPI identificou na sua petição de ordem de detenção de Vladimir Putin a deportação para a Rússia de “pelo menos centenas de crianças de orfanatos e instalações infantis” ucranianos.
O britânico Karim Khan alegou que estes atos de deportação de menores ucranianos para a Rússia e a sua adoção por famílias russas “demonstram a intenção de retirar permanentemente estas crianças do seu próprio país”, um ato ilegal contrário às Convenções de Genebra.
O procurador-geral referiu ainda que tais atos foram cometidos no contexto de “atos de agressão” do exército russo contra a Ucrânia.
O mandado de captura contra o chefe do Kremlin foi descrito como "legalmente nulo e sem efeito" pela Rússia, uma vez que o país não reconhece a legitimidade do TPI.