Edgar Costa «triste» e «preocupado» com Câmara de Lobos

21 abr 2020, 17:56
Vitória Setúbal-Marítimo

Capitão do Marítimo é natural da freguesia que está em cerca sanitária por causa da covid-19

Edgar Costa, capitão do Marítimo, natural de Câmara de Lobos, está «triste» com a situação da freguesia, alvo de uma cerca sanitária para combater a propagação da pandemia de covid-19. 

«Fiquei triste e ainda mais preocupado. Tenho muitos amigos. Infelizmente, aconteceu em Câmara de Lobos, como podia ter acontecido em qualquer lado. Temos de nos apoiar uns aos outros, porque isto não é uma situação fácil para ninguém», comentou o capitão «verde rubro», no programa «Marítimo na TSF».

Na freguesia de Câmara de Lobos, uma das cinco que compõem este concelho contíguo a oeste do Funchal, surgiu um foco da pandemia da covid-19 num dos bairros sociais (Nova Cidade), com 16 pessoas de uma família infetadas depois de, alegadamente, terem estado juntas num convívio pascal.

Nesta freguesia residem cerca de 18 mil pessoas, pelo que as autoridades de saúde decidiram confinar a localidade com uma cerca sanitária, que vigora até 3 de maio.

Edgar Costa garantiu ter «muito prazer» em ser de Câmara de Lobos e deixou uma mensagem aos conterrâneos. «Quero dar um grande abraço ao pessoal de Câmara de Lobos e, especialmente, à família que está afetada, que conheço muito bem. Estamos juntos, dentro do mesmo barco, e vamos lutar para isto passar o mais rápido possível, para termos ainda mais orgulho da nossa terra», assinalou.

Quanto ao Marítimo, Edgar Costa considera que a equipa irá estar «mais forte» quando a Liga regressar. «Vamos ter um Marítimo mais forte, de certeza. Sabemos e já falámos entre todos o que temos de fazer. Este clube não está na posição em que merece estar. Tem de ser lá em cima e os nossos objetivos têm de ser grandes, como este clube sempre sonhou, e vamos fazer de tudo por isso», garantiu.

O Marítimo estava a realizar um campeonato abaixo das expectativas antes da paragem, ocupando um modesto 15.º lugar, com 24 pontos em 24 jornadas. «É o futebol. Não queríamos isto. Nem nós, nem a equipa técnica, nem a direção. Agora, cabe a nós, dentro de campo, dar o máximo e, com os adeptos, certamente é mais fácil e eles sabem disso», comentou.

Edgar Costa diz existir vontade em que a competição regresse, embora coloque o tema em segundo plano, atrás do combate à pandemia de covid-19. «Nós, jogadores, estamos ansiosos para voltarmos a jogar, mas tem de ser com o tempo porque, primeiro, está a saúde, que é o mais importante. A minha vontade é de rematar contra este vírus», destacou. 

Com a atividade desportiva suspensa, o treino, essencialmente físico, está a ser feito em casa. «Recebemos o plano semanal e todos os dias temos os exercícios para fazer. Não é nas condições que gostamos, que é no campo, com o cheirinho da relva, mas temos de trabalhar com aquilo que temos e com as condições que temos», referiu, sem esquecer a ajuda que o clube tem dado aos atletas.

O jogador, de 33 anos, chegou à marca dos 200 jogos no principal escalão do futebol português a 12 de janeiro, no empate com o V. Guimarães (0-0) e falou do processo de aprendizagem do seu percurso. «Com o tempo, vamos ganhando experiência. Durante a nossa carreira, vamos apanhando obstáculos e temos de saber contorná-los. Mais para a frente, quando temos uma certa experiência, já sabemos como devemos fazer», disse ainda o capitão do Marítimo.

Relacionados

Covid-19

Mais Covid-19

Patrocinados