Marina Ovsyannikova alegou que é "uma patriota" e, por isso mesmo, não quer abandonar o país
A produtora russa que protestou contra a invasão da Ucrânia, mostrando em direto um cartaz que dizia "Parem a guerra", recusou a oferta de Emmanuel Macron para se exilar em França. "Eu não quero deixar o nosso país", disse Marina Ovsyannikova, em entrevista à revista alemã Der Spiegel.
"Sou uma patriota, o meu filho é ainda mais. Não queremos partir de forma alguma, não queremos ir a lado nenhum", acrescentou.
Numa outra entrevista à France 24, Marina revelou que se tinha demitido do cargo de editora no canal russo 1. "Entreguei todos os documentos [para a demissão]. É um procedimento legal".
Foi na noite de segunda-feira que a produtora invadiu o estúdio do Rossiya 1 e entrou em direto no noticiário com um cartaz onde se lia: "Parem a guerra. Não acreditem na propaganda. Estão a mentir-vos aqui".
Momentos depois deste protesto, foi detida e, entretanto, presente a tribunal, tendo sido condenada a pagar uma de 30.000 rublos, cerca de 256 euros. Foi libertada, mas poderá vir a enfrentar mais acusações.
Em entrevista à CNN Internacional, revelou que a sua própria mãe acredita na propaganda do Kremlin e nega a existência de uma guerra russa na Ucrânia. Marina admitiu ainda que a sua vida mudou radicalmente a partir do momento em que apareceu em antena com o cartaz antiguerra.