Governo já enviou formulário para poder ser reembolsado na quantia adiantada por razões logísticas e de ordem prática
Os ativistas Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves vão ter de pagar as despesas das suas viagens de Israel para Portugal.
A informação, inicialmente avançada pelo Correio da Manhã, foi confirmada pela CNN Portugal pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, que esclareceu que Portugal apenas adiantou a verba necessária para repatriar os quatro portugueses que seguiram na Flotilha Global Sumud.
Depois de concluído o processo de retorno dos ativistas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros enviou um ofício, através dos serviços consulares, com o valor integral do custo da viagem.
“Em conclusão do procedimento de retorno dos quatro portugueses detidos em Israel, foi hoje enviado pelos serviços consulares o ofício com o valor integral do custo da viagem - encargo da responsabilidade dos cidadãos que integraram a flotilha”, pode ler-se na nota.
A mesma nota indica que foi por razões logísticas e de ordem prática, nomeadamente a impossibilidade de comunicação prévia, que o Estado português adiantou o valor em questão, que serviu para pagar a viagem de Telavive para Lisboa, que teve escala em Madrid.
“A acompanhar o ofício seguiu também o Formulário de Pedido de Reembolso do custo da viagem que cabe a cada um, nos termos do regulamento consular”, acrescenta o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Numa curta reação através das redes sociais, a coordenadora do Bloco de Esquerda sugeriu que devia ser Israel a pagar o valor, já que o destino não era aquele país, mas sim Gaza.
O destino era Gaza. Não era Israel, para onde fomos levados ilegalmente. O governo decidiu imputar o custo a quem levava ajuda humanitária contra o genocídio. Um governo decente mandaria a fatura ao genocida. Pagarei o bilhete, comprando a prova de que há ministros sem espinha.
— mariana mortágua (@MRMortagua) October 7, 2025
Os quatro portugueses que fizeram parte da flotilha Global Sumud aterraram este domingo, por volta das 22:30, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde eram aguardados por familiares e apoiantes pró-Palestina.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estavam detidos, em Israel, desde a noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram as cerca de 50 embarcações da Flotilha Global Sumud, que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.