Dois polícias entre sete detidos a tentarem vender pontas de marfim em Moçambique

Agência Lusa , AM
28 out, 12:47
Malaysia wildlife trafficking (CNN)

Em junho passado, duas pessoas foram detidas na posse de 140 pontas de marfim, quando embarcavam num comboio na estação de Moatize, em Tete, centro de Moçambique

As autoridades moçambicanas detiveram sete pessoas, incluindo dois supostos membros da polícia, na posse de sete pontas de marfim, em Chókwè, província de Gaza, quando as pretendiam vender, disse à Lusa fonte policial.

Segundo o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Gaza, sul do país, a detenção dos homens foi feita na segunda-feira na localidade de Ngangue, distrito de Chókwè, e resultou de um trabalho coordenado com a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), em que um grupo composto por oito elementos - um conseguiu escapar -, foi apanhado em flagrante a tentar comercializar as sete pontas de marfim.

Sem avançar o peso e valores equivalentes do produto, Zaqueu Mucambe revelou que entre os detidos encontram-se dois supostos membros da polícia, com trabalhos de investigação em curso “no sentido de neutralizar” o oitavo membro, em fuga.

“Para os sete, o auto de notícia foi lavrado, submetido ao Ministério Público para trâmites subsequentes”, disse o porta-voz, explicando que “pesam sobre eles os crimes de abate e transporte de espécies faunísticos proibidos”, conforme estipula a lei moçambicana.

Zaqueu Mucambe avançou também que em conexão com o caso foram apreendidas duas armas de caça e 23 munições, além da viatura na qual os suspeitos se faziam transportar.

Em junho passado, duas pessoas foram detidas na posse de 140 pontas de marfim, quando embarcavam num comboio na estação de Moatize, em Tete, centro de Moçambique.

A caça furtiva em Moçambique tem sido uma ameaça à vida selvagem, mas as autoridades estimam que o abate de elefantes tenha diminuído nos últimos anos, fruto dos esforços de fiscalização e conservação.

Segundo dados da ANAC, Moçambique tem cerca de dez mil elefantes, que continuam a ser visados em ataques de caçadores furtivos, que procuram marfim para vender.

Moçambique tem em vigor uma lei de conservação da biodiversidade com penas que podem ir até aos 16 anos de prisão e multas diversas para os mandantes, caçadores, traficantes, entre outros intervenientes no negócio ilegal de produtos da vida selvagem.

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