Rússia/Ucrânia. Marcelo diz que o Papa tem feito "intervenções diplomáticas discretas"

Agência Lusa , BCE
23 fev 2022, 18:59
Marcelo Rebelo de Sousa (Lusa/Miguel A. Lopes)

Questionado sobre se o Papa poderá intervir diplomaticamente para tentar pacificar a situação na Ucrânia, o Presidente da República respondeu que "se há quem tenha feito intervenções públicas tem sido o papa Francisco"

O Presidente da República visitou hoje parte dos terrenos onde terá lugar o encontro católico Jornada Mundial da Juventude de 2023, acompanhado pelos autarcas de Lisboa e Loures e pelo novo embaixador de Portugal na Santa Sé.

Em declarações aos jornalistas, no final da visita, que não foi oficialmente divulgada pela Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que esta foi uma "iniciativa conjunta" e teve "uma razão próxima: o novo embaixador junto da Santa Sé vai apresentar credenciais dentro de dias ao papa".

Segundo o chefe de Estado, "nessa ocasião é inevitável que um tema cimeiro seja o das jornadas do ano que vem" e Domingos Fezas Vital, nomeado para o cargo em dezembro, poderá assim dar conhecimento ao papa Francisco do que viu no terreno.

"Para o senhor embaixador era fundamental não apenas ter ouvido mas ter conhecido e poder dizer ao papa Francisco: lá estivemos, pode estar calmo, sua santidade, eu vi o terreno, percorri-o todo como está. E depois explicar as questões todas técnicas", considerou.

Questionado se o papa poderá intervir diplomaticamente para tentar pacificar a situação na Ucrânia, o Presidente da República respondeu que "se há quem tenha feito intervenções públicas tem sido o papa Francisco", acrescentando: "Se tem essas intervenções públicas, nós imaginamos o que não haverá da parte do papa e da Santa Sé em termos de intervenções diplomáticas discretas".

Em seguida, passou a palavra aos presidentes das câmaras municipais de Lisboa, o social-democrata Carlos Moedas, e de Loures, o socialista Ricardo Leão, pedindo-lhes que falassem do projeto em curso nos respetivos terrenos em frente ao Tejo.

Durante esta visita, Marcelo Rebelo de Sousa fez corta-mato e caminhou, com ervas pelos joelhos, até ao lugar onde está previsto ficar o altar a que papa irá subir na Jornada Mundial da Juventude, no início agosto de 2023, numa zona de aterro entre a ponte Vasco da Gama e o rio Trancão.

"O sítio é lindo. O cenário é uma maravilha", comentou.

Atrás do chefe de Estado seguia uma comitiva que, além dos autarcas de Lisboa e de Loures, incluía, entre outros, o bispo auxiliar de Lisboa Américo Aguiar e José Sá Fernandes, designado pelo Governo coordenador do Grupo de Projeto para a Jornada Mundial da Juventude de 2023.

Sá Fernandes disse que "o papa vai estar a doze metros" de altura no palco – Marcelo Rebelo de Sousa interrogou se não serão "muitos lugares para subir" – e assinalou que a seguir ao encontro católico do próximo ano aquela área "vai ser um parque", tanto em Lisboa como em Loures.

Em janeiro de 2019, o Presidente da República participou na Jornada Mundial da Juventude, com o papa Francisco, no Panamá, onde foi anunciado que a próxima edição deste encontro católico seria em Portugal, em 2022. A iniciativa foi adiada um ano devido à pandemia de covid-19.

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