"Seeria preciso uma grande crise internacional", afirma o Presidente da República
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se convicto de que a atual legislatura durará quatro anos, considerando que “não há razão” para que a aprovação dos próximos orçamentos do Estado seja complicada.
Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, na Escola Básica de Vila Verde, distrito de Braga, onde deu uma aula sobre participação cívica dos jovens, Marcelo sublinhou ainda que a economia portuguesa “tem pés para andar nestes próximos anos”.
“A ideia é que há uma legislatura, são quatro anos, o executivo deve durar e a composição do parlamento deve durar quatro anos. Portanto, não há razão para os orçamentos futuros serem mais complicados, a não ser que o mundo entre numa situação ainda mais difícil do que a atual”, acrescentou.
O chefe de Estado lembrou que Portugal ainda tem 14 ou 15 mil milhões de euros do PRR “para levar ao terreno”, tem o dinheiro do Portugal 2030, tem o turismo “a correr francamente bem”, tem os investimentos “também bem encaminhados”, tem a gestão das finanças públicas “também em equilíbrio”.
“Não vejo que isto se altere nestes aspetos nos próximos anos. Portanto, seria preciso uma grande crise internacional. Ora, a Alemanha começa a dar uns sinaizinhos de que a economia recupera. Se isso acontecer noutros países como a França, outros países como a Espanha, com os quais temos grande relação comercial ou económica, com a diversificação de mercados, acho que a economia portuguesa tem pés para andar nestes próximos anos”, disse ainda.
Sobre o Orçamento do Estado para 2026, Marcelo disse que é preciso esperar pelo final de novembro para ter o “retrato completo” do documento, mas sempre adiantou que se trata de orçamento “reduzido ao mínimo”.
“Saíram todos os cavaleiros [orçamentais]. Os cavaleiros eram as propostas da autorização legislativa, que eram penduradas no orçamento para depois darem origem a leis da Assembleia da República. Isso saiu, mas fica a parte económica e social. Vamos esperar pela votação na especialidade, porque aí é cada partido que quer puxar a braça à sua sardinha, vamos ver o que é que resulta”, rematou.
O Orçamento do Estado para 2026 tem aprovação garantida, uma vez que o PS já anunciou que irá abster-se.