Marcelo alerta para "situação grave" nos próximos dias devido ao risco de incêndio, sobretudo a partir de dia 12

10 jul 2022, 12:52
Marcelo Rebelo de Sousa (Lusa/Paulo Novais)

O Presidente da República fez um apelo aos responsáveis autárquicos para que revejam alguns eventos que possam "envolver consequências em termos de ignição"

O Presidente da República alertou este domingo para "uma situação grave" nos próximos dias, sobretudo a partir do dia 12, sendo esperado um "agravamento" quer ao nível do alargamento da extensão da área de risco, quer ao nível dos fatores de risco de incêndio.

Em conferência de imprensa após uma reunião com a Proteção Civil para se inteirar da situação no terreno, Marcelo Rebelo de Sousa começa por dizer que as temperaturas deste domingo e segunda-feira poderão dar a sensação de "aparente desagravamento, e que pode ser ilusório no sentido de levar as pessoas a facilitar na sua reação, quando há dados que permitem apontar para um agravamento no dia seguinte".

Isto porque, de acordo com o Presidente da República, é esperado um aumento das temperaturas a partir de terça-feira, bem como uma "humidade baixa", e, juntando-se a estes dois fatores uma "intensidade dos ventos", tudo indica que nos próximos dias a situação deverá agravar-se.

"Os portugueses têm de ter a noção de que todos eles estão, à sua maneira - e sobretudo nas áreas abrangidas, que aumentarão sobretudo depois de amanhã [terça-feira] - no teatro de operações, portanto aquilo que façam ou não façam, a floresta pode ter condições para arder. E agora infelizmente há uma parte que tem muitas condições para arder", salienta.

Marcelo Rebelo de Sousa apelou ainda aos responsáveis autárquicos para que revejam alguns eventos que possam "envolver consequências em termos de ignição", nomeadamente eventos que envolvam competições motorizadas em zonas florestais, certames, piqueniques coletivos, festejos, entre outros.

"Este é um período em que os fatores naturais concorrem para um risco máximo", insiste, lembrando assim que o fator humano não deve contribuir para o aumento desse risco.

Marcelo cancelou este sábado a deslocação a Nova Iorque, prevista para o início da próxima semana, à semelhança do que fez o primeiro-ministro António Costa, que cancelou a visita oficial a Moçambique, na sequência da "situação de contingência" decretada pelo Governo para os próximos dias 11 a 15 de julho devido ao risco de incêndios.

“Não há comparação” com 2017

Questionado pelos jornalistas se considera que Portugal está mais bem preparado para lidar com os incêndios do que em 2017, quando ocorreu a tragédia de Pedrógão Grande, Marcelo foi categórico.

“Isso não tem comparação. Quando eu recordo 2017, e recordo a realidade que existia em termos de estruturas de informação que havia – e havias muitas já – mas esta é mais sofisticada, quer ao nível de entidades envolvidas, de coordenação de entidades. Não há comparação”, respondeu.

Relacionados

Política

Mais Política

Patrocinados