Marcelo diz que vai ao Mundial do Catar falar sobre direitos humanos

18 nov 2022, 13:47
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (Lusa/Tiago Petinga)

O chefe de Estado sugere que, seguindo-se uma lógica de não visitar países não democráticos, seria impossível "visitar, receber ou ter relações" com "três quartos do mundo, que são ditaduras"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembra que pediu autorização à Assembleia da República para estar presente no Mundial do Catar, tal como acontece com as restantes viagens diplomáticas, em nome do "interesse nacional".

"A minha ideia era primeiro em território português dizer o que penso sobre a situação dos direitos humanos no Catar e depois em território do país onde me desloco dizer o que penso da situação dos direitos humanos. É o que tenho feito, fiz isso com outros países que não têm regimes democráticos e com os quais mantemos relações", afirmou aos jornalistas.

Por isso, se o Parlamento assim o autorizar, "com a concordância do presidente da Assembleia da República e do primeiro-ministro", Marcelo diz que vai em nome do "interesse nacional". 

O chefe de Estado sugere que, seguindo-se uma lógica de não visitar países não democráticos, seria impossível "visitar, receber ou ter relações" com "três quartos do mundo, que são ditaduras". "Vou esperar. Em Portugal, ao contrário de outros países, o presidente segue as indicações do parlamento", acrescentou.

Confrontado com as críticas de que tem vindo a ser alvo relativamente às suas declarações após o jogo Portugal-Nigéria, em Alvalade, Marcelo Rebelo de Sousa salienta que até foi ele quem tomou iniciativa de abordar a questão dos direitos humanos quando questionado sobre como correu o jogo. "Não me foi perguntado, mas eu tomei iniciativa de falar disso", sublinhou.

"Eu vim de um jogo de futebol, perguntaram-me de futebol, eu é que introduzi [o assunto dos] direitos humanos, e depois perante o nervoso de regressar ao futebol, disse que já falei dos direitos humanos, então regressemos ao futebol. Mas pareceu-me que naquele contexto tinha de falar dos direitos humanos, pois se se tratava de um jogo preparatório para o Catar, era muito estranho que naquela ocasião - que era a primeira que tinha depois de ter pedido ao Parlamento para se pronunciar, para falar dos direitos humanos. Portanto, eu levantei a questão", resumiu.

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