Presidência da Comissão do cinquentenário vai ser assumida pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa. Mudança resolve tensões internas
Marcelo Rebelo de Sousa vai ser o Presidente da comissão dos 50 anos do 25 de Abril. A decisão foi esta quinta-feira aprovada em Conselho de Ministros e representa uma mudança em relação ao figurino que estava previsto até aqui: a esfera passa do governo para o Presidente da República.
Segundo fontes contactadas pela CNN Portugal e pela TVI, Marcelo chamou a si a liderança da comissão como forma de resolver tensões internas sobre quem iria assumir a responsabilidade.
Personalidades como o ex-presidente Ramalho Eanes ou o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, entre outros, tinham visões diferentes para a entidade criada para organizar as cerimónias do cinquentenário da revolução.
De acordo com a resolução do Conselho de Ministros, a estrutura da missão encolhe, "deixando de existir o Conselho Geral". É a Marcelo que cabe a definição das orientações gerais das comemorações, tal como a aprovação do seu programa oficial, "o qual deve ser submetido pela Estrutura de Missão à Comissão Nacional".
Pedro Adão e Silva foi o primeiro comissário executivo a ser nomeado para a Estrutura de Missão das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinalam em 2024. A escolha foi alvo de críticas por parte do presidente do PSD que afirmou tratar-se de uma “compensação” pelos comentários feitos nos média.
À TVI, Adão e Silva abordou a polémica, reiterando que já não é militante do PS. Garantindo que vai suspender o vínculo enquanto professor auxiliar no ISCTE, fez ainda questão de esclarecer que tem "autonomia pessoal e financeira" e que esta nomeação não se trata de um “jobs for the boys”.
A composição e funcionamento da Comissão Nacional, que funcionará paralelamente à Estrutura de Missão, será definida pelo Presidente da República.