Quando Galamba assumiu o ministério, Marcelo deixou o aviso: responsabilidade “cairá em cima do primeiro-ministro”. E agora diz que vai falar com Costa

CNN Portugal , DCT, atualizado às 22:42
1 mai 2023, 16:44

Marcelo Rebelo de Sousa continua sem comentar “na praça pública” a mais recente polémica que envolve o ministro das Infraestruturas João Galamba e diz que, antes de se pronunciar, irá conversar com António Costa. Mas irá atirar a responsabilidade para cima do primeiro-ministro como deu a entender em janeiro quando Pedro Nuno Santos foi substituído?

O Presidente da República continua sem comentar a mais recente polémica no Governo e que envolve o ministro João Galamba e o seu agora ex-adjunto Frederico Pinheiro. De todas as vezes que é questionado sobre o tema, Marcelo Rebelo de Sousa diz que irá falar com António Costa e que não irá debater o tema “na praça pública” ou “sob os holofotes da comunicação social”, mas em janeiro deixou já um recado bem claro ao primeiro-ministro, atirando para cima do líder do Executivo a responsabilidade da escolha do substituto de Pedro Nuno Santos. 

“É o primeiro-ministro a escolher e, naturalmente, ao escolher, conforme os resultados, assim será um sucesso ou não. Isso cairá em cima do primeiro-ministro”, disse a 3 de janeiro, um dia depois de António Costa ter anunciado João Galamba como responsável da pasta das Infraestruturas.

À data, como noticiou o ECO (parceiro da CNN Portugal), o chefe de Estado foi ainda mais longe e subiu a parada: “Se funcionar, é uma boa ideia. Se não funcionar, retiraremos daí as conclusões”, afirmou, sem detalhar quais poderão ser as consequências.

João Galamba e Frederico Pinheiro protagonizam aquele que é o mais recente caso polémico dentro do Governo, com o agora ex-adjunto a ser acusado de agredir três assessoras no Ministério e a acusar o próprio ministro de o instar a mentir à Comissão de Inquérito à Gestão da TAP.

Este recente escândalo tem sido alvo de críticas de todos os partidos e até mesmo de dentro do PS, com Carlos César, presidente do PS, a pedir um “refrescamento” do Governo e a dizer que António Costa deve avaliar ministério a ministério e “ir convocando outras pessoas para a atividade no Governo”.

Uma vez que Marcelo Rebelo de Sousa tem rejeitado o uso da chamada ‘bomba atómica’ e que levaria à dissolução do Parlamento, ao colocar a responsabilidade no primeiro-ministro, o Presidente da República pode, por exemplo, demitir o Governo, o que obrigaria a António Costa, ou a outra figura ligada a uma maioria parlamentar, neste caso do PS, a apresentar um novo Executivo.

Entretanto, já na noite desta segunda-feira, o primeiro-ministro quebrou finalmente o silêncio com uma resposta por escrito enviada ao jornal Observador, onde diz que João Galamba fez bem em chamar o SIS.

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