Marcelo tenciona ir com Costa à Guiné-Bissau para celebrar a independência

Agência Lusa , MJC
5 jun 2023, 23:55
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (Tiago Petinga/LUSA)

O chefe de Estado manifestou vontade de assinalar todas as independências de países de língua oficial portuguesa, antigas colónias de Portugal, se for convidado

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta segunda-feira que tenciona deslocar-se à Guiné-Bissau em novembro deste ano, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa, para celebrar a independência deste país.

Em declarações aos jornalistas na Cidade do Cabo, África do Sul, durante um encontro com portugueses e lusodescendentes, o chefe de Estado manifestou vontade de assinalar todas as independências de países de língua oficial portuguesa, antigas colónias de Portugal, se for convidado.

"Eu já estou disponível para ir no dia 15 de novembro, e irá também o senhor primeiro-ministro, à celebração da independência da Guiné-Bissau, que foi a primeira", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada, mas há a intenção de promover comemorações em novembro.

As Nações Unidas reconheceram de imediato a independência da Guiné-Bissau, e Portugal apenas um ano mais tarde, em setembro de 1974, após o 25 de Abril.

Sobre as celebrações dos 50 anos da independência de Angola, em 2025, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: "No caso angolano, em conversas que tenho tido com o Presidente João Lourenço, já se admitiu a hipótese desse convite. É evidente que eu irei. E se entender o parlamento e o Governo irem também, acho muito bem".

Na sua opinião, essa presença do chefe de Estado português nestas celebrações "é simbolicamente muito forte".

A este propósito, o Presidente da República lembrou o seu discurso na sessão solene do 25 de Abril deste ano no parlamento, em que defendeu que Portugal deve não só "pedir desculpa – devida, sem dúvida" pela exploração e escravatura no período colonial, mas "assumir a responsabilidade" por tudo o que fez no passado.

Ter havido "um pedido de desculpa, mas, mais do que isso, o assumir a responsabilidade histórica pela colonização, e aquilo que nela houve de mau, e não apenas a historiografia do que teria havido de bom ou terá havido de bom, já foram passos dados", disse.

"Agora, é evidente que fica mais forte se o antigo colonizador for às independências e lá estiver a celebrar", considerou.

Ao mesmo tempo, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a vontade de ver "os países que saíram independentes de uma experiência de séculos de colonização estarem no 25 de Abril de 2024", a celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos, que "acelerou o que era inevitável".

O Presidente da República referiu que o primeiro-ministro, António Costa, se articulou consigo para transmitir esse convite ao Presidente de Angola, João Lourenço, e que se estende também a Timor-Leste, além dos países africanos de língua portuguesa.

Questionado sobre a polémica acerca da presença do Presidente do Brasil, Lula da Silva, no parlamento no 25 de Abril deste ano, o chefe de Estado respondeu que "as comemorações dos 50 anos serão mais vastas" do que o habitual.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que, "se for caso de a Assembleia da República entender", os presidentes convidados marquem presença no parlamento: "É impossível serem todos oradores, mas qualquer coisa de simbólico".

Marcelo Rebelo de Sousa chegou hoje à África do Sul, onde ficará até quinta-feira, para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Na terça-feira, será recebido em Pretória pelo Presidente da República da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em visita oficial qualificada como de Estado pelas autoridades sul-africanas.

Na quarta-feira, as comemorações do Dia de Portugal irão prosseguir em Joanesburgo e Pretória, contando também com a participação do primeiro-ministro, António Costa, vindo de Angola, juntamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

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