Marcelo destaca “grande académico” que foi Amílcar Cabral

Agência Lusa
9 dez 2022, 23:55
Marcelo Rebelo de Sousa inicia visita a Cabo Verde (Lusa)

José Maria Neves e Marcelo Rebelo de Sousa anunciaram a assinatura de uma carta de intenções e um protocolo entre a Casa Civil da Presidência da República de Cabo Verde e a Casa Civil da Presidência da República Portuguesa

O Presidente da República destacou esta sexta-feira o "grande académico" que foi Amílcar Cabral (1924-1973), que no sábado é distinguido com grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade do Mindelo, com a presença do próprio Marcelo Rebelo de Sousa.

"Fazendo-se assim uma homenagem devida a quem foi, por um lado, uma grande figura, uma grande personalidade, humanamente falando", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas à margem da visita que iniciou à ilha cabo-verdiana de São Vicente.

"Também um grande académico, transportando para a sua luta política as suas características: A preparação, a formação, que foi partilhada com muitos portugueses em Portugal e que explica o amor que tinha a Portugal, à língua portuguesa, não confundindo Portugal, o povo português, a língua portuguesa, com um regime político como uma situação colonial. E, por outro lado, fazendo da sua vida uma ação no terreno, o académico ao serviço das pessoas. Portanto, eu não podia faltar", acrescentou.

O líder histórico da luta pela independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Amílcar Cabral, será distinguido sábado, pela Universidade do Mindelo, com o grau de Doutor Honoris Causa em cerimónia com os Presidentes cabo-verdiano e português. A cerimónia de sábado insere-se igualmente no 20.º aniversário da Universidade do Mindelo e antecede os 50 anos da morte de Amílcar Cabral (2023) e o centenário do seu nascimento (2024).

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que foi convidado na "dupla qualidade", de Presidente da República e de professor universitário.

"É muito honroso este convite para o doutoramento Honoris Causa de Amílcar Cabral, a título póstumo", disse ainda.

De acordo com o programa disponibilizado pela Presidência da República de Cabo Verde, a cerimónia está agendada para a ilha de São Vicente, pelas 10:00 (11:00 em Lisboa) de sábado, será presidida pelo chefe de Estado cabo-verdiano, José Maria Neves, e contará com a presença do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que mais de um ano depois voltou a Cabo Verde.

"Estava com muitas saudades. Houve anos em que passei aqui muitas vezes, fizemos aqui o 10 de Junho, em 2019, e depois, de repente, veio a pandemia. Dois anos de paragem. Felizmente há um regresso e estou a matar as saudades, o que é muito bom", acrescentou o chefe de Estado português.

Fundador do então Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em Cabo Verde deu lugar ao Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), e líder dos movimentos independentistas nos dois países, Amílcar Cabral nasceu em 12 de setembro de 1924 e foi assassinado em 20 de janeiro de 1973, em Conacri.

Segundo a Presidência da República de Cabo Verde, José Maria Neves vai receber o homólogo português no Palácio do Povo, no Mindelo, no sábado às 19:00 locais (20:00 em Lisboa), terminando a visita no domingo.

Antes disso, os dois chefes de Estado visitam uma exposição sobre a vida e obra de Amílcar Cabral no Centro Cultural do Mindelo e vão descerrar, ainda durante a tarde de sábado, uma placa alusiva à travessia aérea do atlântico Sul.

José Maria Neves e Marcelo Rebelo de Sousa vão igualmente assinar uma carta de intenções e um protocolo entre a Casa Civil da Presidência da República de Cabo Verde e a Casa Civil da Presidência da República Portuguesa.

Na noite de sábado, os dois chefes de Estado assistem no Centro Cultural do Mindelo à apresentação especial do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, com a peça "A Peste Branca", uma adaptação da obra "Ensaio sobre a Lucidez", de José Saramago, com dramaturgia de Caplan Neves e encenação de João Branco.

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