EUA e Filipinas iniciam exercícios conjuntos com nove mil militares na ilha de Luzon

Agência Lusa , CM
28 mar 2022, 07:37
Filipinas

Manobras recentes conjuntas dos dois países centraram-se num potencial conflito no Mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase inteiramente

As Filipinas e os Estados Unidos iniciaram esta segunda-feira exercícios militares conjuntos no arquipélago, numa altura de tensões crescentes no disputado Mar do Sul da China.

Os exercícios são os mais recentes a terem lugar sob a presidência de Rodrigo Duterte, que ameaçou pôr fim ao tratado militar das Filipinas com os Estados Unidos, aliado de longa data, e voltar-se para a China.

Quase nove mil militares filipinos e norte-americanos vão participar nos exercícios de 12 dias na ilha de Luzon, a maior do país.

Os exercícios anuais tinham sido cancelados ou reduzidos desde o início da pandemia.

O chefe das forças armadas filipinas, o general Andres Centino, disse em Manila que o exercício era um sinal do "aprofundamento da aliança" entre os dois países, enquanto o major-general norte-americano Jay Bargeron sublinhou que a "amizade e confiança" entre as forças armadas dos dois países lhes permitiria "terem êxito juntos (...) em operações militares".

Manobras recentes conjuntas dos dois países centraram-se num potencial conflito no Mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase inteiramente.

Desde que chegou ao poder em 2016, Duterte aproximou-se da China, mas tem enfrentado a resistência da população filipina e a preocupação dos militares, que desconfiam das ambições de Pequim para as águas do Mar do Sul da China, ricas em recursos.

Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia validou as reivindicações de Manila em 2016, dizendo que a China não tinha "direito histórico" sobre este mar estratégico, uma decisão que Pequim ignorou.

Em fevereiro de 2020, o presidente filipino anunciou a intenção de abandonar o acordo que estabelece um quadro legal para a presença permanente de tropas dos EUA nas Filipinas e para a organização de exercícios militares conjuntos.

Duterte acabou por reverter a decisão em julho, quando as tensões entre Manila e Pequim sobre o Mar do Sul da China se intensificavam, após centenas de navios chineses terem sido avistados num recife ao largo das Filipinas, no início de 2020.

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