Internacional português fala numa época para esquecer em entrevista à ITV Sports
Bernardo Silva fala numa época para esquecer para o Manchester City e considera que nem uma vitória na Taça de Inglaterra acompanhada por uma qualificação para a Liga dos Campeões poderá tornar a época menos má. O internacional português fala ainda na anunciada saída de Kevin de Bruyne, companheiro de oito anos, considerando que, com o jogador belga, sai também um pouco da alma da equipa de Pep Guardiola.
«Sabíamos da possibilidade, mas quanto à decisão, só soube dois dias antes, então não foi muito tempo. Foi difícil, foi duro, foram oito anos juntos. Foi muito tempo com ele para muitos de nós. Sai um pouco da alma deste clube. É triste. Queríamos que ficasse connosco, mas é o que é», começa por destacar Bernardo Silva em entrevista à ITV Sports.
E o que é que o Manchester City perde com a saída de Bruyne? «Para mim é o melhor jogador da história do Manchester City. A única coisa que lhe podemos dizer é obrigado e desejar-lhe o melhor. Acho que é no último terço que é mais especial, vê coisas que os outros jogadores não veem. Tenta coisas que outros jogadores não tentariam. Precisas deste tipo de jogadores, que fazem coisas que ninguém espera, para ganhar grandes troféus e foi uma das principais razões para que conseguíssemos tantas coisas», acrescentou.
Por outro lado, Bernardo Silva também considera que a saída de jogadores importantes faz parte da vida dos clubes e lembra outros jogadores que foram saindo nos últimos anos. «Depois de uma má época, é sempre fácil pensar demais, mas diria que reconstruir às vezes faz parte. Aconteceu no passado com jogadores como o Vincent [Kompany], Yaya [Touré], Fernandinho, David [Silva] ou Kun Aguero. E terá de acontecer com a próxima geração. Espero que os mais jovens compitam da mesma forma que nós no passado. Penso que ainda temos muito para dar, é isso que sinto, Na próxima época vamos ver», comentou.
Uma época muito difícil, sobretudo para jogadores que estavam habituados a ganhar de forma crónica. «Não diria que aprendi, mas nunca dei as coisas como garantidas. Foi algo em que pensamos nos últimos meses. Tem de acontecer numa época, porque estivemos no nível mais alto durante algumas temporadas. Ainda nos lembrámos de 2020, que também foi uma má época, quando o Liverpool venceu a Premier League. Desde que cheguei foi o único ano em que não ganhámos. Aconteceu outra vez. No futebol tens altos e baixos. Tivemos mais altos do que baixos, mas queremos voltar ao nosso nível, ao nível a que as pessoas estavam habituadas a ver-nos. Claro que não estamos felizes. Foi dececionante e frustrante, mas vamos trabalhar à nossa maneira relativamente a esta situação», referiu.
O Manchester City está a 18 pontos do líder Liverpool e já está arredado da luta pelo título. Até ao final da época, resta à equipa de Guardiola garantir a qualificação para a Liga dos Campeões e vencer Taça de Inglaterra, mas isso não será suficiente para Bernardo Silva.
«Não estamos felizes, mesmo que nos qualificássemos para a Liga dos Campeões e ganhássemos a Taça, isso não tornaria a época boa, porque a nossa exigência está acima disso. Claro que podes perder o campeonato, mas tens de pelo menos lutar por ele e nós nem lutámos, então não estamos felizes. Podes perder a Liga dos Campeões, mas tens de lutar por ela e nós não o fizemos. Não se trata de perder ou ganhar no último minuto, é não jogarmos ao nosso nível. Aconteça o que acontecer, nada fará desta uma boa época», prosseguiu.
Para poder vencer a Taça de Inglaterra, o Manchester City terá de ultrapassar no próximo domingo o Nottingham Forest de Nuno Espírito Santo, a grande sensação da Premier League. «O Nottingham Forest é uma equipa difícil pela forma profunda como defendem, não é fácil passar por essas linhas. E os jogadores e qualidade individual que têm é realmente boa. Com os jogadores rápidos que têm na frente, podem criar oportunidades do nada. É uma equipa muito perigosa, que pode pressionar-te nos momentos certos. Faz lembrar, de certa forma, o Real Madrid, se dormes um pouco e pensas que tens o controlo do jogo, vão numa transição e num momento em que não esperas podem matar-te. Aconteceu isso no campo deles esta época. Temos de ter certeza de que controlamos o jogo para podermos seguir em frente», destacou.
O internacional português abordou ainda o Mundial de Clubes do próximo verão onde poderá encontrar o Benfica. «Se olhares para a competição, é uma competição atrativa, os clubes que vão lá estar, pelo formato... Gosto disso. Estamos ansiosos por essa competição, com equipas do mundo inteiro. É um troféu que temos a oportunidade de conquistar. Penso que vai ser disputado de quatro em quatro anos, não é como à Premier League que podes ganhar todos os anos, por isso vamos dar tudo para vencer», referiu ainda.