Eleitores escolhem entre reeleger Maduro ou votar contra chavismo
O líder venezuelano disse que os antigos presidentes latino-americanos que foram impedidos de viajar para a Venezuela, onde estariam a convite da oposição para acompanhar as presidenciais, não tinham autorização para atuar como observadores.
“São ridículos porque sabem que são pessoas não gratas, muito repudiadas nos seus países. São da extrema-direita racista, fascista (...) e não foram convidados pelas autoridades eleitorais que são quem decide quem convidar e quem não. Eu não me meto nisso”, disse Nicolás Maduro no sábado.
Durante a transmissão 'online' do programa do YouTube “Nico Live”, o presidente venezuelano afirmou não ter tempo para decidir quem está autorizado ou não a entrar no país.
“Eu tenho muito trabalho. Não me vão ver com uma lista de quem vem ou quem não vem. Eu vejo-os nas redes sociais e fazem-me rir, por isso são uns ridículos”, frisou.
Várias delegações internacionais, além do grupo do Partido Popular Europeu (PPE) em que estava integrado o eurodeputado Sebastião Bugalho, foram impedidas, sexta-feira, de entrar na Venezuela para acompanhar as eleições presidenciais no domingo, noticiou no sábado agência de notícias EFE.
Entre esses grupos, está um formado por antigos presidentes latino-americanos e uma ex-vice-presidente, que não puderam viajar para a Venezuela na sexta-feira, depois de o avião da companhia aérea Copa Airlines em que seguiam ter sido impedido de levantar voo do Panamá, segundo a EFE.
Os membros do grupo disseram que iam participar nas eleições venezuelanas como convidados da oposição, uma vez que não podiam se registar legalmente como observadores.
Eleitores escolhem entre reeleger Maduro ou votar contra chavismo
Os venezuelanos escolhem este domingo entre reeleger o Presidente, Nicolás Maduro, ou votar contra o herdeiro do chavismo, que nas sondagens tem estado atrás da oposição, encabeçada pelo diplomata Edmundo Gonzalez Urrutia, da Mesa Unitária Democrática.
Em ambiente de crise económica e social, a campanha eleitoral decorreu em clima de "tudo ou nada", com Maduro a ameaçar um “banho de sangue” e uma guerra civil caso não consiga um terceiro mandato de seis anos e a oposição a prometer lutar “até ao fim”.
A escolha de cerca de 21 dos 30 milhões de venezuelanos será repartida por 10 candidatos, mas o resultado deverá decidir-se entre Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela, que sucedeu no poder ao antigo líder Hugo Chavez, e o diplomata reformado Urrutia, que substituiu a candidata Maria Corina Machado, que o regime impediu de se candidatar.
Num país com uma comunidade de portugueses e lusodescendentes significativa, a população vive com baixos rendimentos, carestia e insuficiência de serviços básicos, com sistemas de saúde e educação degradados.
Uma delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, onde está integrado o eurodeputado português Sebastião Bugalho, ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas e foi depois expulsa do país no sábado.
As urnas abrem às 06:00 da manhã locais (11:00 em Lisboa) e fecham às 18:00 (23:00 de Lisboa).