O chefe do Governo Regional considerou ainda que os partidos que aceitaram dialogar “entendem que é fundamental” para a região a aprovação de um Programa e de um orçamento regional, reforçando que “acima das questões partidárias está o interesse da região e da população”
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse esta terça-feira acreditar que será possível chegar a um entendimento com o Chega no âmbito das negociações que decorrem para a aprovação do Programa do executivo.
“Nós estamos a conversar com o Chega e acho que, conversando, vamos chegar lá. Estou em crer que vamos chegar a um entendimento”, afirmou Miguel Albuquerque (PSD), depois de questionado se poderá haver uma mudança de posição por parte daquele partido.
O presidente do Governo Regional falava aos jornalistas à margem da sessão de abertura da Cimeira da Transformação Digital, que decorreu numa unidade hoteleira, no Funchal.
O executivo madeirense, representado pelo secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, pelo chefe de gabinete do presidente do Governo Regional, Rui Abreu, e pelo secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia, reuniu-se na segunda-feira com os partidos com assento parlamentar, exceto o PS e o JPP, que rejeitaram o convite, para negociar a aprovação do Programa do Governo.
No encontro, no qual participaram PSD, CDS-PP, Chega, IL e PAN, foi decidido dar continuidade às negociações com reuniões entre o Governo e os partidos individualmente, agendadas para quarta-feira e quinta-feira.
“Nós vamos continuar a ronda das conversas que temos tido com os partidos e, neste momento, na quarta e quinta-feira continuamos essas conversas, que têm sido úteis, têm sido profícuas e estamos a dar continuidade ao processo negocial”, realçou hoje Miguel Albuquerque.
O chefe do Governo Regional considerou ainda que os partidos que aceitaram dialogar “entendem que é fundamental” para a região a aprovação de um Programa e de um orçamento regional, reforçando que “acima das questões partidárias está o interesse da região e da população”.
Na semana passada, Miguel Albuquerque anunciou a retirada do Programa do Governo da discussão que decorria no parlamento madeirense, com votação prevista para o dia seguinte.
O documento seria chumbado, uma vez que PS, JPP e Chega, que somam um total de 24 deputados dos 47 que compõe o hemiciclo, anunciaram o voto contra.
Nas eleições regionais antecipadas de 26 de maio, o PSD elegeu 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta (para a qual são necessários 24), o PS conseguiu 11, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.
Já depois das eleições, o PSD firmou um acordo parlamentar com os democratas-cristãos, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta. Os dois partidos somam 21 assentos.
As eleições de maio realizaram-se oito meses após as legislativas madeirenses de 24 de setembro de 2023, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.