Paulo Cafôfo explica que um dos objetivos deste acordo é precisamente evitar "qualquer solução governativa apresentada pelo PSD", clarificam os dois líderes partidários
O PS-Madeira e o Juntos pelo Povo (JPP) chegaram a acordo para apresentar uma "solução de governo conjunta" na região de modo a "não viabilizar qualquer solução governativa apresentada pelo PSD".
O anúncio foi feito esta noite pelo líder do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, numa conferência de imprensa conjunta com o líder do JPP, Élvio Sousa, no rescaldo das eleições regionais que este domingo deram a vitória ao PSD Madeira, ainda que sem maioria absoluta.
O PS-Madeira e o JPP - que, juntos, têm 20 deputados, ficando a quatro da maioria dos assentos do parlamento madeirense - decidiram "formalizar uma declaração de princípios" tendo em vista quatro objetivos, que incluem desde logo "a apresentação de uma solução de governo conjunta" ao representante da República na Madeira, de modo a nomear um Governo Regional "apresentado" pelos dois partidos.
Paulo Cafôfo e Élvio Sousa comprometem-se a "encetar um diálogo com os partidos de representação parlamentar eleitos, à exceção do PSD e do Chega, de modo a construir um apoio parlamentar mais robusto", ou seja com CDS-PP, Iniciativa Liberal e PAN.
Um dos objetivos deste acordo é precisamente evitar "qualquer solução governativa apresentada pelo PSD", clarificam os dois líderes partidários, que apelam à responsabilidade das restantes forças políticas, defendendo que esta é uma oportunidade de tirar o PSD do poder, ao fim de 48 anos de governação social-democrata.
O líder do PS-Madeira deixa ainda duras críticas ao PSD de Miguel Albuquerque, qualificando-o como "um partido esgotado e sem respostas" para dar aos madeirenses.
"Precisamos de alternância partidária", defende o socialista, elencando de seguida as prioridades desta solução de governo que será apresentada ao representante da República na Madeira, destacando a "solidariedade e o progresso social", bem como o combate à corrupção e o "acesso pleno à saúde", sem esquecer a "dinamização da economia" e a inovação, a par da sustentabilidade ambiental.
As eleições regionais de domingo voltaram a dar a vitória ao PSD Miguel Albuquerque, que elegeu 19 deputados, naquele que foi o pior resultado de sempre do partido da região autónoma, e que confirma a ausência de uma maioria absoluta.
O PS considerou desde logo haver margem para construir uma alternativa. Os socialistas mantiveram os 11 assentos parlamentares do mandato anterior e o JPP, terceira força política na região, aumentou a sua bancada de cinco para nove elementos.
A direita – PSD, Chega, CDS e IL – consegue somar 26 lugares, a que se poderia juntar ainda o do PAN, mas os partidos declararam ter reservas sobre entendimentos com os sociais-democratas.