Treinador do Manchester United deu mais uma entrevista aos meios ingleses
Ruben Amorim continua o seu périplo de entrevistas em Inglaterra, após ter aceitado o comando do Manchester United. Desta vez, o técnico português falou à BBC Sport, numa conversa relaxada, tanto que surpreendeu o entrevistador.
«Você parece muito tranquilo», afirmou Mark Chapman. «Estou tranquilo porque vou ficar bem, não interessa o que acontecer nesta altura da minha vida. O Manchester United pode mudar a minha vida, mas não vai mudar a minha maneira de ser. Se alguma coisa acontecer, vou ficar frustrado mas vai ficar tudo bem», atirou Ruben Amorim.
Assegurando que «não controla os resultados», mas sabe «o que fazer», Amorim explicou que a ligação aos jogadores pode ser um dos fatores que pode ditar o sucesso.
«Talvez porque seja uma pessoa emocional, talvez porque seja diferente do último treinador [Erik Ten Hag], talvez porque pensem que seja o homem certo. As pessoas acreditam sempre que o próximo homem é o correto», brincou.
Amorim não sabe se vai ter o mesmo sucesso que teve em Portugal, dizendo que a ascensão foi muito rápida também pelo conhecimento que tinha do futebol nacional. E recordou os primeiros tempos enquanto treinador.
«Fui para o Casa Pia porque queria ser treinador principal. Tive de ir para a terceira divisão. Era para sentir o que é ser treinador e por ser perto de minha casa. Não fui para o Benfica porque não tinha o controlo das camadas jovens. Na minha visão de ver o futebol, o treinador principal tem de controlar. Não decidir tudo, mas controlar», afirmou.
Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, já disse publicamente que tinha convidado Ruben Amorim para integrar a estrutura do clube, mas que o treinador rejeitou a oferta.
«No Braga tinha mais condições. Tive muita sorte nos primeiros jogos na equipa principal, foi uma 'armadilha' para o presidente António Salvador, meu bom amigo. Ganhámos ao FC Porto e ao Benfica com muita sorte e sei disso. Isso mudou a minha vida. Fui para o Sporting e o resto é história», conta.
«Além disso, não tenho vergonha de dizer que tive um psicólogo. No fim da minha carreira de futebolista queria mudar algumas coisas em mim. A universidade foi para aprender outras coisas pois, enquanto futebolista, pensamos que sabemos tudo. Mas não», admitiu ainda, destacando a importância da sua equipa técnica.