Mourinho a favor das novas tecnologias: «Já perdi uma final com um golo que não foi»

3 jun 2022, 15:56

Treinador da Roma manifestou-se favorável a novas regras que defendam o tempo útil de jogo

José Mourinho é totalmente a favor das novas tecnologias no futebol quando são claras e, sobretudo, objetivas. Em conferência de imprensa na Faculdade de Motricidade Humana, o treinador da Roma recordou que já perdeu uma final da Liga dos Campeões «com um golo que não entrou», mas também assume que já ganhou jogos com golos em fora de jogo. Neste sentido, o treinador português também se pronunciou favorável a novas regras que permitam mais tempo útil de jogo.

«Há vários problemas, mas há coisas que são muito objetivas, outras que são subjetivas. A subjetividade atrai sempre algumas dúvidas, a objetividade não. Por exemplo a goal line technology é objetiva. A bola está dentro ou não está dentro. Se por um centímetro não estiver dentro, por um centímetro não é golo. É objetivo, não há história. O fora de jogo, a não ser que haja alguém que tecnologicamente consiga fazer linhas meio tortas, parte-se do pressuposto que é objetivo. Lá está a velha história de um comediante que dizia “a senhora ou está gravida ou não está grávida”. No futebol ou é fora de jogo ou não é», começou por enunciar.

Quanto ao tempo útil de jogo, Mourinho também é a favor da introdução de um cronómetro que pare quando o jogo para. «Perdemos um jogo por um fora de jogo por um centímetro, mas é fora de jogo. O tempo útil de jogo também é uma coisa extremamente objetiva. Eu gostaria de tempo útil de jogo. É objetivo, pára o cronómetro, anda o cronómetro. Joga-se um determinado tempo de jogo, não há espaço a subterfúgios, não há espaço para queimar tempo», prosseguiu.

Apesar de ser favorável às novas tecnologias, a avaliação do atual protocolo do VAR não é muito positiva para Mourinho. «O VAR, na sua conceção, tem andado em direções algumas vezes duvidosas. Aí já há um bocadinho de espaço para não se gostar. Mas sobre aquilo que é objetivo, acho que todos nós devíamos gostar. Eu gosto dessa objetividade. Eu perdi uma final da Champions League com um golo que não foi golo, a bola não entrou. Foi em 2005 [Chelsea frente ao Liverpool]. Se fosse hoje, a bola não tinha entrado. Também ganhei jogos com foras de jogo que se fossem hoje não ganhava. Tudo aquilo que seja objetividade é bem-vindo e o tempo útil de jogo acho que é objetivo e, em culturas como a nossa, em Portugal e em Itália, acho que seria positivo», destacou ainda.

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