Técnico português revelou, em entrevista, que a família recebe insultos nas redes sociais de adeptos do próprio Bahia
Renato Paiva não controlou a emoção ao denunciar os insultos que a filha recebeu nas redes sociais, enviados por adeptos da própria equipa que treina, o Bahia.
O técnico português faz um balanço positivo dos primeiros meses no Brasil, mas deixa um reparo à contestação através das redes sociais.
«A parte feia é irem às redes sociais da minha filha para insultar-me. É muito feio. A minha filha encaminhou-me mensagens muito feias. Volto a dizer: concentrem-se em mim. Esses limites estão a ultrapassar», começou por dizer, em entrevista ao Globoesporte.
A propósito das campanhas de racismo que têm sido apresentadas, Renato Paiva recomenda também campanhas de civismo.
«A minha filha não tem culpa. Ela é jornalista, faz o seu trabalho. Temos uma relação de pai e filha. Não tenho direito de receber esse tipo de insultos porque sou o pai dela. É algo feio, e acho que era evitável. A única coisa que quero dizer ao torcedor é que tenho muito respeito, e que apoiem os jogadores os 90 minutos. Sejam a 12.ª força do Bahia durante o jogo. Os jogadores precisam disso. Depois, quando o jogo parar, são livres. Até lá, apoiem os jogadores», acrescentou.
O Bahia está perto da zona de despromoção do Brasileirão, mas Renato Paiva pede tempo, lembrando que a equipa, embora esteja agora associada ao Grupo City, vem do segundo escalão e que tem um plantel quase novo.
«A continuidade é uma coisa que baliza o City, o trabalho diário. Mas o torcedor não analisa isso, é passional. É um trabalho de médio a longo prazo, porque é tudo novo. Vou dizer isso centenas de vezes: se eu viesse para o Brasil treinar o Palmeiras, eu não ia pedir o mesmo tempo, porque o plantel está feito. Eles já têm suas ideias», defende.
