Vítor Pereira, treinador português, na hora da partida para o Brasil
Vítor Pereira partiu nesta sexta-feira para o Brasil, onde irá orientar o Corinthians. O treinador português diz que a dificuldade do desafio foi uma das principais razões para aceitar o convite do 'Timão', uma vez que tem um perfil «de loucura».
«Eu e o Corinthians temos um bocadinho do mesmo ADN: um ADN louco. Eu sou um bocadinho louco, escolho sempre projetos que me desafiam e nos quais eu sinto que a paixão está lá», começou por dizer à partida do aeroporto do Porto, antes de elogiar o Brasileirão.
«O que me convenceu também foi campeonato, que é competitivo, a qualidade dos jogadores, o facto de o clube ter uma massa adepta incrível. E o presidente que insistiu, insistiu, insistiu e insistiu até que me convenceu. Eu sou muito emocional e intuitivo. Às vezes dou-me bem, noutras vezes dou-me mal», acrescentou.
Alertado para a pressão que vai sentir ao treinar um dos maiores clubes brasileiros, Vítor Pereira diz que só o facto de ter essa pressão o fez aceitar.
«A pressão é aquilo que gosto. Se não tivesse pressão eu não ia. Eu escolho projetos com pressão porque só assim consigo dar o melhor de mim», apontou.
«Eu não sou de promessas e de conversa. Sou de trabalho. Vou dar o melhor de mim e para ajudar a construir a melhor equipa possível, com um futebol atrativo e organizado, taticamente forte», disse ainda.
Vítor Pereira elogiou ainda os dois treinadores portugueses que já estão no Brasileirão, Abel e Paulo Sousa, admitiu que conversou com eles, ainda que a decisão não tenha sido tomada por causa dessas conversas.
«Já falei com Abel e Paulo Sousa. Mas não era a opinião deles que me faria aceitar este projeto. O que me faz ir é a paixão que sinto neste clube», declarou.
«O Abel é um treinador espetacular. Ele, o Paulo [Sousa]. Não tenho dúvidas. Mas eu sou quem sou, não me vou comparar com ninguém. Tive rivalidade em todos os clubes que escolhi, é isso que gosto. Vou ter muita gente a pressionar-me e isso é bom para mim.», acrescentou.
Vítor Pereira falou ainda abertamente sobre o tempo de duração das negociações, admitindo que tinha a intenção de ir treinar na Premier League.
«A negociação não foi rápida porque eu tinha a pretensão de ir para Inglaterra. Estive uma semana em Inglaterra porque tinha a possibilidade de assinar pelo Everton. Não aconteceu, mas eu não estava preparado mentalmente para ir para o Brasil neste momento. Mas, insistiram tanto, quiseram tanto, que eu fiquei convencido que este era o projeto certo. Porque eu sou uma pessoa muito intuitiva», assumiu.
Vítor Pereira reconheceu também que este não foi o primeiro convite que teve para treinar no Brasil, mas que só desta vez o convenceram.
«Já estive mais do que uma vez para ir para o Brasil, senti que não era o momento, e agora deixei-me levar pela intuição», finalizou.