ENTREVISTA EXCLUSIVA: "Os maçons que querem ocupar determinados cargos são perseguidos"

11 dez 2022, 08:00

Fernando Cabecinha tomou posse como grão-mestre do Grande Oriente Lusitano há precisamente um ano. Esta é a sua primeira entrevista e nela revela que em breve a obediência pode abrir portas às mulheres, fala da polémica com os irmãos próximos do Chega, explica a ligação aos partidos, assume que o património é valioso e conta o que os maçons fazem dentro dos templos

Tomou posse como grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) há um ano. O que sentiu? Responsabilidade? Receio?

Fundamentalmente, senti uma grande responsabilidade. Este mandato iniciou-se depois de uma crise pandémica bastante grave, que afetou tudo e todos.

Como é que a pandemia afetou o GOL?

O GOL teve as suas lojas encerradas durante um período bastante longo. Não se pôde fazer a maçonaria que entendemos que deve ser feita através de rituais, através da simbologia. Mas os maçons acabaram por manter relações uns com os outros através das novas tecnologias, o que nos permitiu efetivamente manter o vínculo entre todos.

Hoje quantos membros tem o GOL?

2400.

E os 2400 reúnem-se regularmente?

Sim, nas suas lojas.

E o que é que os maçons fazem nessas lojas, nessas reuniões?

Trabalham a simbologia maçónica. Trabalham temas da atualidade. O que procuramos é ganhar conhecimento, quer do ponto de vista simbólico e da compreensão dos símbolos que nos norteiam, quer dos temas mais candentes da sociedade.

Quando fala em simbologia maçónica está a referir se a uma série de rituais que os maçons fazem durante as cerimónias?

Exatamente.

Em que é que consistem esses rituais?

O ritual é um instrumento que temos para definir um comportamento dentro da loja. É um sistema que permite a evolução da pessoa, do seu aperfeiçoamento moral, do seu aperfeiçoamento pessoal, para que depois se comporte devidamente na sociedade civil.

E nesses rituais usam os aventais. Porquê?

Usamos aventais porque vem da tradição, o que muito nos honra.

Um dos rituais do GOL implica o uso de um caixão, onde se coloca um maçon. Ainda usam um caixão?

Usamos um caixão, sim.

E para quê?

Para o renascimento da vida. É usado para o ritual do irmão que é elevado ao grau de mestre. No ritual tudo se baseia na lenda de Hiram e do seu assassinato.

E porque é que a maçonaria faz questão que, de certa maneira, esses rituais continuem envoltos num certo segredo?

Os rituais são conhecidos, estão na internet.

Mas não se pode assistir a esses rituais. São restritos aos maçons da loja.

São restritos a quem faz parte, quer homens, quer mulheres.

Estamos a debater a iniciação das mulheres no GOL

No caso do GOL apenas aos homens, uma vez que aqui as mulheres não podem ser iniciadas nem ser membros.

As mulheres já fizeram parte do Grande Oriente Lusitano Unido há alguns anos, mas por razões de divergência saíram. É um assunto que tem vindo a ser debatido. Aproveito para lembrar que tive a honra de assinar com o António Arnault o primeiro tratado de reconhecimento e de amizade com a Grande Loja Feminina de Portugal.

Mas faz sentido, hoje em dia, as mulheres não poderem fazer parte do GOL?

É um tema que está, neste momento, a ser debatido aqui no GOL. Fiz um decreto interno recente nesse sentido. O decreto foi feito para que os maçons debatam a iniciação de mulheres no GOL. Ou seja, para se debater internamente se faz sentido ou não. Isso tem a ver com o ADN do Grande Oriente Lusitano. E temos irmãos que querem muito que as mulheres entrem, e outros irmãos que não querem que elas entrem.

É um assunto que promete então gerar alguma discordância…

Há uma diversidade de argumentos. Para evitar qualquer tipo de clivagem entre uns e outros vai ser objeto de um amplo debate dentro do GOL. Aliás, vou criar ainda esta semana uma comissão de avaliação das respostas que todas as lojas nos deram.

Mas neste momento acha que é possível abrir a porta do GOL a mulheres? Isto é, se a maioria achar que faz sentido, está disposto a fazer essa mudança?

Isso é uma decisão que compete ao povo maçónico. Se a maioria defender que as mulheres podem ser iniciadas, é claro que direi que sim.

Como se entra e quem são os candidatos 

Neste momento ainda são apenas homens que se reúnem aqui. E o que é que uma pessoa tem de fazer para aderir ao GOL?

Pode entrar por duas vias: ou por via da cooptação, o que significa ter um convite de um maçon, ou batendo à nossa porta. Em determinada altura, alguém dizia que se podia entrar pela internet, mas não é bem assim. Temos um processo de recrutamento cada vez mais exigente, onde há um padrinho que é o primeiro responsável pela captação do profano, de uma pessoa da sociedade civil para entrar para o GOL. E depois, durante o processo de recrutamento, vamos verificar qual é a situação desse profano junto da família, da profissão, da sociedade, para ver se efetivamente traz algum valor acrescentado para os nossos trabalhos.

Também vão ver o cadastro criminal da pessoa?

É obrigatório que qualquer pessoa que entre no GOL apresente um certificado de registo criminal emitido pelo Estado português a atestar que tem uma folha limpa.

Há algum perfil que seja mais desejado pela maçonaria? Há sempre a ideia de que as pessoas com mais poder são mais interessantes para entrar.

O que procuramos são pessoas livres, de bons costumes, tolerantes, que aceitem a opinião do outro, que a discutam, que não se envolvam em atividades menos nobres e que tenham uma folha completamente limpa. Quem vem aqui para enriquecer, para ganhar cargos políticos, para fazer negócios, que não bata à porta.

A verdade é que, ao longo dos últimos anos, têm sido relatados casos que mostram que há favorecimento entre maçons. O caso do anterior diretor-geral do Ministério da Administração Interna (MAI), João Correia, por exemplo, que foi acusado de favorecer irmãos da maçonaria na adjudicação de obras. Não acha que há pessoas que usam a maçonaria para fazer negócios?

Podem usar. Somos uma organização de homens. A justiça que faça o seu caminho. Tal como nós temos a nossa justiça maçónica.

E costumam expulsar quem tem esses comportamentos?

Enquanto o maçon não for condenado, apenas suspendemos a sua atividade. Hoje há muitos assassinatos de caráter. Há muitas notícias que depois a Justiça acaba por desmentir e, portanto, não podemos, perante uma determinada notícia, atuar sobre o irmão. Mas posso dizer que, nesse caso concreto, ele está com a atividade suspensa e está a aguardar que a justiça faça o seu caminho.

Mas tem havido expulsões no GOL?

Já houve convites para sair.

Não é comum expulsar?

Não é comum expulsar. Temos um processo de justiça maçónica que é lento e é necessário que se comprovem efetivamente os crimes de que as pessoas possam estar a ser acusadas.

Os negócios e os partidos

Recentemente, a CNN/TVI revelou que o Ministério Público está a investigar um clube de negócios que tem alegadas ligações a uma obediência maçónica. Oferecia acesso a líderes governamentais a quem pagasse para ser membro. O que acha deste tipo de iniciativas?

Não conheço essa obediência maçónica. Outro dia vi uma notícia que dava conta de existirem 16 obediências no nosso país, eu reconheço seis. Reconhecemos aqueles que efetivamente mantêm a defesa dos princípios e valores que são comuns a todos nós. As outras são obediências selvagens e não lhes damos o menor crédito. Qualquer pessoa hoje pode criar uma obediência maçónica com os seus objetivos muito próprios.

Mas este e outros casos mostram que a maçonaria pode ser vista por muitos como uma forma de montar redes de contactos e fazer negócios.

É isso que dá mau nome à maçonaria. Temos 220 anos de existência ininterrupta e pautámos sempre o nosso caminho pela defesa dos valores, da liberdade, da igualdade e da fraternidade. E temos como lema a justiça, a verdade, a honra e o progresso. E isto não podem ser palavras vãs. Temos no nosso articulado da Constituição que somos contra qualquer tipo de regalias indevidas, seja de que cariz for.

O GOL sempre foi muito associado ao Partido Socialista. Hoje a maioria ainda são elementos do PS ou já há elementos de vários partidos?

Quando passamos a porta, os partidos ficam lá fora. Aqui é-nos vedada a política partidária. Como é vedada a discussão sobre religião.

Mas é sabido, por exemplo, que António Arnault apresentou o decreto-lei que criou o Serviço Nacional de Saúde aqui na loja maçónica, antes de ser aprovado no Parlamento. Isto já demonstra a relação que existe entre os maçons e o poder político e como é que ter uma maçon no Governo é um elemento importante para trazer influência à própria obediência.

António Arnault, como outros maçons, lançaram o Serviço Nacional de Saúde, integrado no Sistema Nacional de Saúde, porque o objetivo nobre, no meu ponto de vista, era garantir o direito à saúde a todas as pessoas, independentemente da sua condição. Quanto à sua pergunta concreta, não lhe sei responder de forma determinante.

Mas não acha que há outras pessoas que podem vir para a maçonaria a achar que ela pode ser um trampolim político?

Podem, mas desiludem-se.

O GOL teve sempre muito associado ao PS e em tempos havia até uma loja do GOL, a Convergência, que era conhecida como “Gabinete”, por dela fazerem parte muitos ministros do governo de António Guterres.

Diz se que o PS continua a ser maioritário, mas houve abertura a outras tendências da sociedade. A Grande Loja de Portugal era conotada com o PSD e teve muito recentemente um grão-mestre que era socialista. Hoje, aqui, posso dizer que há pessoas que se envolvem noutros partidos e que há pessoas que não se envolvem em nenhum

No seu caso, não tem partido?

Não. Fiz essa opção de vida.

Há maçons que são do PCP, partido que já disse claramente que não queria que os seus membros fossem da maçonaria?

O PCP excomungou-nos, como sabe. Ainda hoje estamos excomungados.

Mas há aqui no GOL há alguém do PCP?

Não sei, porque não me preocupo com isso e não me preocupo porque a partir do momento em que tenha feito juramento e cumpra os nossos princípios e valores, enquanto se mantiver nessa postura, não me importo a que partido pertence.

A polémica com o CHEGA  

Mas ainda recentemente houve uma polémica, por causa de uns irmãos que eram próximos de André Ventura. E alguns maçons exigiram o afastamento dessas pessoas. Ainda estão cá?

Claro que não estão.

Foram embora por serem do Chega?

Não, não. Não discutimos aqui a política partidária. Não interessa se é do Chega, do PCP ou do Bloco de Esquerda, do PS ou do PSD. Interessa-me o comportamento que eles têm para com os seus irmãos.

Mas as pessoas já cá estavam antes.

Quando se percebe que há pessoas que não defendem os princípios sagrados da liberdade então convidamo-las a sair. Foi o que aconteceu.

Mas se alguém quer entrar e vocês verificam que é do Chega, deixam?

Depende da tipologia de pessoas de que estamos a falar. No recrutamento, através de conversas que temos com o chamado padrinho, verificamos se essa pessoa efetivamente, vindo para aqui, cumprirá o juramento que é obrigado a fazer. Não gosto de falar em partidos políticos específicos, nem do Chega nem do Partido Comunista.

Um dos temas que vai ter de resolver em breve é o do plano para a aplicação de 7 milhões de euros angariados recentemente com alienação de parte do património. No caso, a venda de um edifício na Praça Figueira. O que vão fazer com esse dinheiro?

Esse dinheiro não é do GOL, mas do Internato São João, que era o proprietário do imóvel.

Mas o internato de São João é uma organização paramaçónica e segundo a constituição do GOL, as organizações paramaçónicas são depositárias do património do GOL. Certo?

Certo, certo. Mas têm de cumprir regras como a de fazer ação social. E é por isso que já temos dois projetos em curso.

Projetos de que género?

Começámos a construir um lar de idosos na Parede.

E o que irá fazer mais com esses sete milhões?

A direção do internato vai apresentar um plano de ação

Qual a dimensão do património do GOL e das associações paramaçónicas?

Sabe que é difícil responder com a evolução dos preços das casas. Mas é significativo.

Mas qual é a ordem de valores?

Se disser, os apetites começam-se a gerar-se. No entanto, quero dizer que no meu mandato não vai haver alienação de património nenhum.

Quanto paga cada membro para estar aqui?

22,5 euros, todos os meses.

Mas depois, por exemplo, se um maçon evolui de categoria também paga, não é?

É um facto. De cada vez que damos um prémio a uma pessoa, ela tem que pagar a chamada elevação de salário. Portanto, no primeiro grau paga-se para entrar no Grande Oriente Lusitano; depois paga-se para passar a companheiro de aprendiz; e depois paga-se para passar de companheiro a mestre.

Um dossiê com pedidos de emprego

Aceitam desempregados?

Sim, desde que tenha mérito.

E ficam isentos do pagamento de quotas?

Sim.

Não lhe pedem emprego?

Ao contrário do meu antecessor, que tinha um dossiê com vários pedidos de emprego, eu até agora não recebi nenhum.

E porque é que acha que o seu antecessor tinha esses dossiês? É suposto pedir-se emprego ao grão-mestre?

Tinha porque os irmãos lhe pediam.

Mas isso não é um sinal de que os maçons acham que os irmãos lhe arranjam emprego?

Nem todos os maçons assim o entendem. Alguns sim.

Há maçons no Governo?

Se eventualmente há maçons no governo, obviamente, não vou responder, não lhe posso responder. Eles, se lá estão, tiveram de fazer uma declaração de interesses.

Qual é a relação do GOL neste momento com a Igreja?

Não temos nada contra a Igreja. Também cá temos católicos.

Mas nem sempre foi assim, nem sempre foi uma relação pacífica.

Nunca vi nem senti qualquer animosidade relativamente à Igreja nos anos em que estou cá. Somos espiritualidades diferentes, mas temos de ter respeito uns pelos outros.

Já teve algum encontro com o cardeal-patriarca?

Tenciono ter. Tentaremos ter um encontro e teremos os mecanismos próprios para o fazer.

Mas é comum haver um encontro entre o grão-mestre do GOL e o cardeal?

Não é comum.

Por que quer esse encontro?

Porque queremos abrir-nos à sociedade. E fazia parte do meu programa. Assim como arrumar a casa e, por isso, tenho visitado as lojas.

Quantas lojas tem neste momento o GOL?

104.

Estão espalhadas pelo país?

Espalhadas pelo país e em todos os distritos, menos um.

Qual?

Beja. Estamos a tentar criar aí.

Mas não haver em Beja deve-se a alguma razão política?

Não, não, não. Não aconteceu.

Também nunca se reuniu com o primeiro-ministro?

Com o primeiro-ministro ainda não. Estive com o Presidente da República.

E de que falou com Marcelo Rebelo de Sousa?

Não posso, obviamente, comentar o que falei com o Presidente da República. Posso-lhe dizer que mostrou um conhecimento muito aprofundado da nossa maçonaria e do que significa.

Qual é hoje o papel da maçonaria?

A maçonaria não quer nem nunca quis impor-se à sociedade. As pessoas que exerceram altos cargos na nação fizeram-no fundamentalmente por mérito próprio, não foi a maçonaria que os colocou lá. Nós queremos ajudar a sociedade com a nossa maneira de estar. O que pretendemos é enriquecer-nos a nós próprios, aperfeiçoarmo-nos moralmente e intelectualmente, adquirir mais conhecimento. Para não fazermos como muitos, que opinam sobre qualquer coisa e sobre qualquer assunto de forma superficial.

Mas o que leva então a que muitas pessoas com determinados lugares de poder e influência, nos serviços secretos, no mundo empresarial, na política estejam na maçonaria? É a maçonaria que atrai o poder ou o poder que atrai a maçonaria?

Se calhar ambas as coisas são verdade. Mas não influenciamos a nomeação de A, B ou C para qualquer sítio. O que pode acontecer é o que sucede na sociedade: se eu pertencer a um grupo de almoço ou jantar, conheço um conjunto de pessoas e tenho afinidades com elas. Quando vou para determinado sítio, é provável que comece a pensar que há pessoas que posso levar comigo. E entre aquelas que conheci ou conheço, posso escolher uma ou outra para irem comigo.

Mas isso não faz da maçonaria uma rede de contatos? Algumas pessoas podem ver isso como uma forma de depois terem um trampolim para determinado tipo de lugares ao estarem na mesma loja com pessoas importantes.

Confesso que não tenho conhecimento desses casos.

Mas há muitos casos que chegaram a tribunal e onde se percebe que houve favorecimento entre maçons.

Como há na sociedade. Todos os dias ouvimos falar de casos de corrupção e não estão lá maçons. Não somos um grupo de malfeitores. Procuramos o bem e temos preocupação pelo próximo.

A maçonaria é mal compreendida?

Temos consciência plena de que ainda não somos bem vistos na sociedade. Basta ver a lei que foi aprovada no Parlamento em que somos a única organização que tem necessidade de informar quem são os seus membros. Isto é um retrocesso democrático.

Uma pessoa que assume um cargo público não deve ser transparente para que, por exemplo, ao convidar um outro maçon para um cargo o faça de uma forma clara?

E porque não se faz o mesmo em relação a outra organização?

Na maçonaria fazem juramentos de fidelidade…

Lealdade.

Quando se ocupa um cargo público não é legitimo conhecer-se essas lealdades?

Essa lei é um atentado contra as liberdades e garantias do cidadão. Posso pertencer ao que pertencer e não tenho de explicar. Basta ver quantos dos detentores de cargos políticos não têm apresentado as suas declarações de interesses ao Tribunal Constitucional e nada acontece.

E porque é que eu tenho de afirmar que sou maçon? Para me porem uma cruz? Se calhar pertenço a uma organização perigosa… Não, não somos perigosos, nunca fizemos mal a ninguém. Lutámos sempre pelas liberdades ao longo destes 220 anos. Isso é o ponto sagrado da nossa intervenção.

Faz sentido manter vários segredos, como o de não se divulgarem os nomes dos membros da maçonaria?

A maçonaria é pública. É discreta. Por exemplo, ajudámos a autarquia e uma organização não governamental na receção e acolhimento de 350 ucranianos e nunca divulgámos isso. Quanto ao secretismo, é como os casamentos de Santo António: se tiveram dez casais, e se for perguntar depois a cada um o que é que eles sentiram, cada um terá a sua experiência. Assim, da mesma forma, quando há um processo de iniciação, ele é indizível, tem a ver com o que sente a própria pessoa. O segredo reside nisto e nós não podemos explicá-lo.

E porque é que no GOL os membros têm um nome diferente do que usam na sociedade civil?

Tem uma razão filosófica, pois o ato de iniciação significa o nascimento e aí adquire-se o nome que cada um escolhe. Depois, há a questão da clandestinidade, porque efetivamente quem fosse conhecido pelo seu próprio nome era facilmente encontrado.

Mas ainda faz sentido nos dias de hoje?

Já não faz sentido. Ainda agora emiti um decreto para nomeação dos membros do Grande Conselho Maçónico e a maior parte dos irmãos deram nome profano. Alguns, por razões da atividade que desenvolvem, ainda não se sentem à vontade para o colocar.

Acha que a maçonaria em Portugal é perseguida?

Os maçons que querem ocupar determinados cargos são perseguidos.

Qual a razão?

Porque há uma leitura errada da maçonaria, os seus pares não gostam e podem atuar de forma a prejudicá-los na sua atividade profissional. Eu conheço alguns casos.

Qual a posição do GOL em relação à guerra na Ucrânia?

Fomos a primeira obediência a emitir um comunicado de repúdio relativamente à invasão da Ucrânia pela Federação Russa.

Mas isso não é uma tomada de posição política?

Não estamos proibidos de discutir e de abordar as coisas politicamente. Não discutimos é questões partidárias.

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