Presidente brasileiro parte na manhã de 25 de abril para Madrid
O presidente brasileiro não vai assistir à sessão solene de comemoração do 25 de Abril, na próxima terça-feira, na Assembleia da República.
Lula da Silva chega amanhã, sexta-feira, a Portugal, para cinco dias de visita de Estado. O programa ainda não está fechado mas a CNN Portugal sabe que não fica para a sessão solene do 49.º aniversário do 25 de Abril.
O presidente brasileiro evita assim polémicas maiores no dia da liberdade: discursa apenas na sessão solene de boas-vindas que lhe é dedicada na Assembleia da República, e que deverá ser agitada, com protestos prometidos pelo Chega e pela Iniciativa Liberal.
Apesar de convidado por Augusto Santos Silva para assistir às cerimónias seguintes no hemiciclo, as autoridades brasileiras já declinaram o convite em nome de Lula da Silva.
O presidente do Brasil parte a meio da manhã para Madrid, onde tem um almoço agendado com o rei de Espanha, Filipe VI.
A presença no parlamento do Presidente do Brasil – que visita Portugal entre 22 e 25 de abril – tem estado envolta em polémica desde que, em fevereiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, falou explicitamente num discurso de Lula da Silva na sessão solene da Revolução de Abril na Assembleia da República, assinalando o seu carácter inédito, o que mereceu a oposição de PSD, IL e Chega.
O parlamento acabou por decidir que, em vez de uma intervenção do Presidente do Brasil na sessão solene anual comemorativa, realizará, no mesmo dia, uma sessão de boas-vindas à parte durante a visita de Estado de Lula da Silva a Portugal.
Igual polémica causaram as declarações do presidente brasileiro no final de uma visita à China: Lula defendeu que “os Estados Unidos devem parar de encorajar a guerra" na Ucrânia e “a União Europeia deve começar a falar de paz". Desta forma, explicou aos jornalistas, a comunidade internacional poderá "convencer" o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo".
"É necessária paciência" para falar com Putin e Zelensky, disse. "Mas, acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar", acrescentou.