Líder do PSD diz que a Aliança Democrática é “o referencial de estabilidade nas próximas legislativas"
O presidente do PSD considerou este sábado que a AD é “o referencial de estabilidade nas próximas legislativas, avisando que se o PS não conseguiu garantir estabilidade com maioria absoluta “o que fará acompanhado”.
No final de uma visita à Feira do Fumeiro dos Sabores e Artesanato do Nordeste da Beira, em Trancoso (distrito da Guarda), Luís Montenegro nunca respondeu à pergunta se admite viabilizar um eventual Governo minoritário do PS e, questionado se a estabilidade política não é importante para os portugueses, considerou que sim.
“A estabilidade política é tão importante quanto ela está assegurada pelos princípios que norteiam esta candidatura”, respondeu, considerando que a AD tem todas as condições para conseguir “um suporte parlamentar que confira governabilidade ao país”.
E acrescentou: “Nós somos o referencial da estabilidade, reparem bem: se houvesse estabilidade do lado do PS, não estávamos em eleições. Nós estamos em eleições porque o PS não foi capaz de criar estabilidade sozinho, o que fará acompanhado”, avisou.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, está hoje e nos próximos dias ausente da campanha da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) por ter testado positivo à covid-19, informou fonte da campanha.
Sobre cenários pós-10 de março, Montenegro preferiu responder aos jornalistas com o “foco nos problemas” dos portugueses, como a saúde, habitação ou o “fraco crescimento económico”.
“Fico muito perplexo com aqueles que estão apenas preocupados consigo, eu não estou preocupado comigo (…) Nós queremos estar ao lado dos que todos os dias vão palmilhando os caminhos de Portugal, seja na indústria, agricultura, comércio ou turismo”, disse.
Durante cerca de uma hora, Montenegro visitou quase todas as bancas da feira e acabou a provar queijo, alheira, ginja e até o vinho “preferido do Presidente da República”, segundo o vendedor.
O vinho da Beira Interior tem o sugestivo nome de “Ótima Pergunta” e, questionado se partilha o gosto de Marcelo Rebelo de Sousa, Montenegro concordou que era “um bom vinho” e prometeu “boas respostas” para os problemas dos portugueses e “uma aposta estratégica” na agricultura.
O líder da AD comprou um Santo António feito por um artesão local, que lhe disse dar “saúde e dinheiro”, e aproveitou para deixar alguns conselhos ao candidato: “As coisas devem-se fazer pouco de cada vez e fazê-las. Primeiro está a saúde, sem saúde não se faz nada”.
“Estou de acordo consigo, duas boas mensagens: prioridade à saúde e fazer mais, mesmo que mais devagar, em vez de dizer que se faz tudo e ficar tudo ou não feito ou mal feito, que é aquilo que o meu adversário é especialista em fazer”, afirmou o líder social-democrata.
Num das últimas bancas encontrou uma jovem estudante da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, a quem Montenegro aproveitou para elogiar o diretor desta escola Óscar Afonso, número quatro da AD nas listas do Porto, e até lhe admitiu outros voos, questionado pela comunicação social se seria um bom ministro das Finanças.
“É uma possibilidade, tem capacidade, qualificação e competência para isso e para outras coisas”, assegurou.
Em todas as bancas, Montenegro ia perguntando preços – sobretudo do azeite, de que também é um pequeno produtor – e sabendo como ia o negócio. A quem desejava boa sorte para 10 de março, respondia sempre: “Está nas vossas mãos”.
Durante a visita, em que esteve acompanhado pela cabeça de lista Dulcineia Moura (professora universitária e apresentada como independente), o líder da AD assumiu o objetivo de reconquistar o segundo deputado pela Guarda, num círculo onde em 2022 o PSD conseguiu um dos três eleitos, contra dois do PS (tal como em 2019).
Em 2015, quando o círculo elegia quatro deputados, a coligação PSD/CDS-PP conseguiu dois dos quatro parlamentares e, em 2011, a distribuição foi de três para os sociais-democratas e um para o PS.
Montenegro chegou à Feira do Fumeiro acompanhado do eurodeputado José Manuel Fernandes e foi cumprimentando vários autarcas e antigos autarcas do distrito, como Álvaro Amaro.