"É suposto que o Ministério Público fale comigo diretamente e não através da imprensa": Montenegro sobre a investigação à Spinumviva

8 out, 17:39

Primeiro-ministro garante que a sua preocupação se mantém centrada na descoberta da verdade e no esclarecimento do processo

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou esta quarta-feira que todas as diligências e esclarecimentos relativos à empresa da sua família devem ser prestados diretamente ao Ministério Público e não através da comunicação social.

“Respeitando o vosso trabalho, é a vossa função naturalmente, e eu tenho toda a compreensão por isso, mas eu devo prestar todos os esclarecimentos ao Ministério Público e, portanto, devo falar diretamente com o Ministério Público, não através da imprensa. Como também é suposto que o Ministério Público fale comigo diretamente e não através da imprensa”, afirmou a partir Castelo Branco, onde se encontra a participar numa ação de campanha.

Questionado sobre a razão pela qual os documentos da Spinumviva solicitados pelo Ministério Público ainda não chegaram às autoridades, Montenegro insistiu que não é na praça pública que deve prestar esclarecimentos. “Eu vou repetir, eu tenho a obrigação de falar e responder ao Ministério Público no processo, não é através da comunicação social, com todo o respeito que tenho pelo vosso trabalho, que naturalmente cumprem a vossa função. E também é suposto que o Ministério Público fale comigo através do processo e, portanto, é isso que está a acontecer. É isso que está a acontecer do meu lado, com toda a diligência e com toda a disponibilidade, e é assim que vai continuar a acontecer.”

O presidente dos sociais-democratas acrescentou ainda que a sua preocupação se mantém centrada na descoberta da verdade e no esclarecimento do processo. “Se todos os intervenientes processuais usarem a sua intervenção precisamente para promover a descoberta da verdade e o esclarecimento, é aquilo que se pretende, é nisso que eu estou concentrado. Tudo o resto é luta política, não vou estar aqui a fazer comentários”, sublinhou.

Estas declarações surgem horas depois de a CNN Portugal ter noticiado que, seis meses após o anúncio da averiguação preventiva ao caso da empresa familiar de Luís Montenegro, os magistrados responsáveis decidiram que o primeiro-ministro deve ser alvo de um inquérito. Segundo explicam procuradores, este desenvolvimento indica que o caso embateu numa “parede onde não se consegue avançar mais”.

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