Luís Montenegro, novo presidente do PSD, garante que a sua eleição é "o princípio do fim da hegemonia do PS em Portugal"

CNN Portugal , HCL
28 mai 2022, 21:44

O recentemente eleito para substituir Rui Rio não esqueceu o adversário nesta corrida, Jorge Moreira da Silva: "trata-se de um quadro altamente qualificado com capacidade para servir o país e o PSD"

É oficial. Luís Montenegro é o novo presidente do Partido Social Democrata, substituindo Rui Rio como o líder do principal partido de oposição a uma maioria absoluta socialista. Este sábado, o antigo líder parlamentar conseguiu obter 73% dos votos, mais cerca de 12 mil votos do que Jorge Moreira da Silva que se ficou pelos 27%

Esta foi a segunda vez que Luís Montenegro concorreu à presidência do PSD: em janeiro de 2020, nas primeiras eleições diretas a que se candidatou, o advogado obrigou Rui Rio a uma inédita segunda volta no partido (Miguel Pinto Luz foi o terceiro candidato que ficou pela primeira volta, com cerca de 9,5% dos votos) e conseguiu 47% do partido.

Nessa noite de 18 de janeiro de 2020, o agora eleito presidente do PSD decretou que não valia a pena anunciarem a sua morte política, considerando que essa notícia seria "manifestamente exagerada", mas manteve-se discreto na sua intervenção política nos dois anos seguintes.

Em Espinho, onde foi a sua sede de candidatura e sítio onde nasceu, foi recebido, na companhia da sua mulher, por intensos aplausos e abraços de militantes que o esperavam no hotel. "Hoje, no essencial, não fomos nós que ganhámos, nem foi tão pouco o PSD que ganhou, hoje no essencial quem ganhou foi Portugal. Portugal ganhou hoje a formação de uma alternativa política ao socialismo que nos tem governado e desgovernado", afirmou, no seu discurso de vitória, sublinhando que o seu projeto será uma alternativa ao socialismo com "seriedade, coragem, consistência e modernidade".

Este resultado tão expressivo tem implícito em si vários sinais, afirma Montenegro, nomeadamente a grande mobilização do PSD e um "sinal de vitória". "O sinal que sai daqui é um de vitória, sabemos que vamos ter muito tempo, sabemos que não vamos conseguir, de um dia para o outro, ser a alternativa vitoriosa, mas vamos aproveitar os próximos anos" para concretizar esse projeto.

Depois, Montenegro deixou uma promessa: "O dia de hoje vai ficar marcado como sendo o princípio do fim da hegemonia do PS em Portugal". "O país precisa de nós e nós não vamos falhar ao país. Portugal precisa de uma alternativa e de uma oposição que possa enfrentar caminho de empobrecimento".

Montenegrou deixou também um cumprimento "especial" a Jorge Moreira da Silva, reiterando que se "trata de um quadro altamente qualificado com capacidade para servir o país e o PSD" e, naquilo que depender do agora presidente dos sociais-democratas, "não vamos prescindir do seu talento". Antes, no seu discurso, Jorge Moreira da Silva já tinha rejeitado integrar a direção de Montenegro.

O social-democrata afirmou também que vai ser uma oposição firme, exigente, vigilante, "mas com sentido de Estado". E que o PSD será a "voz dos que esperam e desesperam à porta dos hospitais e centro de saúde" e a "voz dos jovens com formação cada vez mais superior, mas que não encontram no mercado de trabalho hipótese para colocar esse capital ao serviço do projeto do país e do projeto deles próprios".

Estas são eleições diretas antecipadas, convocadas pela direção depois da derrota eleitoral do partido em 30 de janeiro, já que Rui Rio - presidente do PSD desde janeiro de 2018 - teria mandato até dezembro de 2023.

A vitória de Rui Rio sobre o eurodeputado Paulo Rangel nas últimas diretas, em 27 de novembro do ano passado, foi a mais curta de sempre em eleições internas no PSD: apenas 1.746 votos separaram os dois candidatos, ainda menos do que a distância entre Rio e Montenegro em 2020 (2.071).

 

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