Portugal "na iminência de uma tragédia". Montenegro pede "realismo" e avisa: "Vamos passar horas difíceis"

16 set, 21:37

Primeiro-ministro alerta para a necessidade de que todos cumpram o que é pedido. Governo cria equipa multidisciplinar para lidar com a situação

Já há três mortos, vários feridos e dezenas de casas ardidas num cenário de milhares de hectares consumidos pelas chamas no distrito de Aveiro, em particular nos concelhos de Oliveira de Azeméis e de Albergaria-a-Velha.

A situação é má, mas o primeiro-ministro parece querer os portugueses preparados para algo ainda pior. Talvez por isso, à saída da Proteção Civil, Luís Montenegro admitiu que estamos “na iminência de uma tragédia” que pode vir a acontecer nas próximas horas, e que em muito pode depender da evolução das condições climatéricas.

Lamentando as vítimas e os estragos, o chefe do Governo pediu à população que se prepare para “horas difíceis”, ainda que também tenha deixado uma palavra de “tranquilização e serenidade ao país”.

Para que tudo corra pelo melhor, lembrou o primeiro-ministro, é preciso que “todos cumpram” as recomendações das autoridades – é para “o bem delas”.

“É preciso ter realismo: nós vamos passar horas difíceis. Temos de nos preparar para isso”, afirmou, confirmando o alargar da situação de alerta até ao fim de quinta-feira.

Essa é uma das medidas tomadas pelo Governo, a outra é a criação de uma estrutura de coordenação que vai ser liderada pelo ministro da Coesão, e que vai funcionar em Aveiro. Ai vão estar um total de seis ministérios, incluindo o das Infraestruturas, o da Saúde e o do Trabalho.

Representados por secretários de Estado de cada uma das tutelas, esses ministérios vão atuar nas áreas da habitação, saúde e florestas, nomeadamente num “apoio mais urgente” para garantir que tudo é recuperado e reconstruído para a população local.

Sobre as circunstâncias dos incêndios, Luís Montenegro lamentou a coincidência de um tempo especial e uma série de ignições, algumas das quais em “locais que parecem selecionados”.

“Nunca conseguimos estar em todos os locais do território”, acrescentou, lembrando as chamas avassaladoras, mas garantindo que tudo foi feito devidamente, nomeadamente o acionamento dos meios europeus.

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