Montenegro admite tropas portuguesas de manutenção de paz na Ucrânia e defende empréstimos de baixo custo para investir em Defesa

CNN Portugal , MJC
6 mar, 22:00

Primeiro-ministro sublinha que Portugal pode ter financiamento "em boas condições" sem comprometer as contas públicas

Luís Montenegro admite a presença de militares portugueses numa força europeia de manutenção da paz na Ucrânia. "Se houver um processo de paz com o envolvimento da Europa e, numa segunda fase, para assegurar as garantias de segurança, se for necessário que haja tropas no terreno e que os parceiros europeus as constituam, Portugal estará naturalmente disponível, como tem estado noutros teatros de operações, do lado daqueles que garantem a paz", afirmou Montenegro em declarações aos jornalistas após o Conselho Europeu em Bruxelas. 

Ainda sobre Portugal, Luís Montenegro diz que o país tem de "fazer a sua parte" e investir mais em Defesa. "Evidentemente que Portugal deve aproveitar a oportunidade de poder ter empréstimos e um mecanismo de flexibilidade de utilização, sem colocar em causa a sua trajetória [na redução do défice], ou seja, de garantir financiamento em boa condição e ao mesmo tempo de poder continuar a mostrar um resultado financeiro que o coloca neste momento num dos melhores desempenhos à escala europeia." O primeiro-ministro referia-se aos empréstimos a custos mais baixos que a Comissão Europeia vai disponibilizar para o investimento em Defesa.

Montenegro elogiou ainda a proposta apresentada por Ursula von der Leyen para a defesa da Europa, que considera "construtiva, ambiciosa, equilibrada", e sublinhou a conciliação entre financiamentos público e privado na área da Defesa, chamando desde as pequenas e médias empresas até aos grandes investimentos. "Parece-me o caminho correto"

Sobre o acordo alcançado pelos 27 para a defesa da Europa, Luís Montenegro fala de um novo ciclo de políticas de defesa da União Europeia. O primeiro-ministro sublinhou também que a Europa reafirmou o apoio à Ucrânia e a necessidade de se caminhar para um acordo de paz que deve respeitar a soberania e a integridade territorial do país liderado por Volodymyr Zelensky.

.Na cimeira falou-se também do reforço das capacidades europeias no fabrico de armas. A dissuasão no plano internacional "precisa de capacidade e força". "Nesse contexto, todas as capacidades militares têm de ser medidas", disse o primeiro-ministro português, sublinhando que os países estão disponíveis para debater o que será necessário fazer.

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