"O poder não é eterno". Montenegro avisa Costa de que está a chegar "a vez" do PSD

Agência Lusa , AG
23 mai 2023, 14:49
Luís Montenegro (Homem de Gouveia/Lusa)

Líder social-democrata acusou o PS de estar "agarrado" ao poder

O presidente do PSD avisou esta terça-feira o primeiro-ministro de que “o poder não é eterno” e que os socialistas “já tiveram a sua oportunidade e desperdiçaram-na”, dizendo estar a chegar “a vez” de os sociais-democratas governarem.

No encerramento das Jornadas Parlamentares do PSD, que decorreram na Madeira, onde o partido governa desde 1976, Luís Montenegro aconselhou também António Costa a “tomar um banho de realidade” e a ser mais humilde.

“O poder não é eterno, o poder serve para mudar e transformar a vida das pessoas, e é preciso saber conviver com a circunstância de umas vezes sermos nós a protagonizar essa mudança e outras vezes serem outros”, afirmou.

Luís Montenegro acrescentou que “o mundo não vai acabar quando acabar o Governo do PS”: “Não é preciso estarem tão agarrados, estão ali como lapas, ali agarradinhos, a democracia é isto, já tiveram o vosso tempo, já tiveram a vossa oportunidade e já a desperdiçaram. Está a chegar a nossa vez, vamos estar no sítio certo para ganhar eleições e governar Portugal”, disse.

Numa intervenção de mais de meia hora, o presidente do PSD voltou a classificar de pantanosa a situação que se vive no país – com uma “administração pública completamente tomada, colonizada mesmo” – pela qual responsabiliza o primeiro-ministro: “O dr. António Costa já não consegue levantar o Governo”.

“Eu aconselho o dr. António Costa a tomar um banho de realidade e rápido, se não a realidade vai atropelá-lo e ele vai mesmo deixar de ser primeiro-ministro. Pior do que ter um Governo mau, é ter um Governo mau que acha que é bom e que está tudo bem”, disse.

Apesar de continuar sem pedir eleições antecipadas, Montenegro deixa antever que será esse o caminho se o Governo persistir na mesma trajetória.

“Se continuar, se persistir neste caminho, infelizmente nós vamos mesmo ter de dizer que não há condições para prosseguir, a bem das famílias e do nosso futuro”, afirmou.

O presidente do PSD acusou o executivo socialista de ter desperdiçado, quer a maioria absoluta que conseguiu nas urnas em janeiro de 2022, quer “o maior envelope financeiro” de que o país dispõe, somando as verbas dos vários pacotes comunitários.

“Como se desperdiça tanta coisa ao mesmo tempo?”, questionou.

Ao mesmo tempo que fiscaliza o Governo, contrapôs, o PSD “anda na rua, discute ideias” e “constrói uma alternativa política que cada vez vai sendo mais robusta e mais reconhecida pelos portugueses”.

E com os olhos postos nas regionais de outubro, Montenegro deixou muitos elogios ao trabalho do presidente do Governo da Região, Miguel Albuquerque, e disse ver na Madeira o Portugal que quer em vários aspetos da governação.

“Estamos muito confiantes que esse trabalho vai ser reconhecido, mas podem contar que vamos lutar até ao último segundo por todos os votos”, disse.

Por isso, aconselhou António Costa a aumentar a sua presença na Madeira.

“Parece que nas últimas regionais veio aqui sete vezes, desta vez vai ter de vir cá 14. Tem essa responsabilidade e pode trocar algumas das viagens que tem feito ao estrangeiro e estar um bocadinho mais em território nacional, aqui também é Portugal”, desafiou.

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