A sobrinha, Alida Alequin, assumiu um papel importante na procura de Luis Armando Albino e na reunião com a família
Um homem que desapareceu quando tinha seis anos de um parque na Califórnia, onde brincava com o irmão mais velho, conseguiu reunir-se com a família 73 anos depois, graças a testes de ADN e à tenacidade da sobrinha.
Luis Armando Albino foi raptado em 1951 num parque em West Oakland, cidade situada na Baía de São Francisco, nos Estados Unidos, e durante décadas o seu paradeiro foi desconhecido.
Mas Alida Alequín, de 63 anos, assumiu a tarefa de procurar o tio e reuni-lo com a família depois de ter encontrado uma correspondência com Albino num teste de origem genética, referiu o jornal Mercury News.
Albino viajou de Porto Rico para a Califórnia em 1950 juntamente com os seus cinco irmãos e a sua mãe, Antonia.
Em fevereiro de 1951, quando tinha seis anos de idade, brincava no parque com o seu irmão Roger, de 10 anos, quando, segundo o testemunho do menino, uma mulher que usava um lenço na cabeça atraiu-o prometendo-lhe doces, noticiou o jornal Oakland Tribune na época.
Sabe-se agora que a mulher o levou de avião para a Costa Leste, onde acabou por ficar com um casal que o criou como filho, contou Alequín ao Mercury.
O interesse de Alequín pelo seu tio surgiu depois de ter feito um teste de ADN por diversão em 2020 e ter encontrado 22% de correspondência com Albino.
Embora a mulher não tenha relacionado imediatamente a correspondência genética com o tio perdido, no início deste ano estava a recordar a sua família com as filhas e disse que sentiu que deveria procurá-lo.
Apoiada pelas filhas, Alequín fez uma pesquisa na Internet onde encontrou fotografias de Albino com as quais encontrou semelhanças.
A sobrinha passou a informação às autoridades de Oakland, que aceitaram investigar a denúncia e, com a ajuda do FBI (polícia federal), localizaram Albino na Costa Leste.
Um teste de ADN confirmou que o palpite de Alequín estava correto.
Em junho, Albino reuniu-se com a sua família na Califórnia. Alequín disse que a mãe de Albino, Antonia, sempre pensou no filho até à sua morte, em 2005.
“Sempre esperou que ele voltasse para casa”, destacou Alequín ao Los Angeles Times.
A mãe guardava na carteira um recorte de jornal com o artigo sobre o seu rapto e uma foto de Albino pendurada na sala de sua casa.
Veterano do Corpo de Fuzileiros Navais que cumpriu duas missões no Vietname, Albino é bombeiro reformado e veterano, pai e avô.
O homem disse que perguntou aos seus supostos pais sobre as suas memórias na Califórnia, mas eles nunca responderam às suas perguntas.
Albino e o seu irmão Roger puderam voltar a encontrar-se em junho passado e partilhar as suas experiências no Exército dos EUA. Roger morreu logo após o reencontro.