Sequelas da covid-19 afetam um em cada cinco adultos, indica um novo estudo

30 mai 2022, 16:23
Mulher com máscara de proteção facial. (AP Photo/Rick Bowmer)

Novo estudo realizado pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos traz novas pistas sobre as sequelas que a covid-19 pode originar, demonstrando que mesmo depois do período da infeção o vírus pode continuar a deixar marcas, ainda que menos visíveis

Quem teve covid-19 tem maior risco de desenvolver problemas de saúde relacionados com a infeção mesmo depois de já ter recuperado da doença e há novos números que o comprovam: as sequelas afetam um em cada cinco adultos com menos de 65 anos. A conclusão é de um novo estudo realizado pelo Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Estados Unidos.

A investigação acompanhou mais de 350 mil adultos que estiveram infetados com o vírus SARS-CoV-2 nos Estados Unidos. Estes indivíduos foram seguidos através de registos eletrónicos de saúde durante mais de um ano. O objetivo era perceber se tinham desenvolvido algum de 26 problemas de saúde ligados à covid-19, incluindo doença cardíaca, dificuldades respiratórias, asma, doença renal, diabetes, problemas neurológicos ou de saúde mental. Para termo de comparação, foi também observado um grupo de 1,6 milhões de adultos que não foram diagnosticados com covid-19, mas que procuraram assistência médica por outros motivos.

Os investigadores concluíram que o risco de desenvolver um destes 26 problemas é maior nos adultos que tiveram covid-19 do que nos que não tiveram a doença. E se olharmos apenas para as dificuldades respiratórias e para as embolias pulmonares o risco é mesmo o dobro para quem teve covid-19.

Importa referir que este estudo tem algumas limitações: foi usado um sistema específico de registos eletrónicos de saúde, pelo que os adultos seguidos podem não ser representativos da população norte-americana. É também possível que algumas condições de saúde já pudessem existir antes da infeção e que simplesmente não tenham sido diagnosticadas antes.

Ainda assim, o estudo traz novas pistas sobre as sequelas da covid-19, demonstrando que mesmo depois do período de infeção e de sintomatologia o vírus pode continuar a deixar marcas, ainda que menos visíveis. Estas sequelas podem perdurar durante longos períodos de tempo, aquilo a que se chama "covid de longa duração" ou "long covid", em inglês. A covid de longa duração afeta não só quem desenvolveu doença grave mas também quem não teve sintomas ou apresentou apenas sintomas ligeiros.

As consultas pós-covid são já frequentes em várias clínicas privadas e até em alguns hospitais públicos. Há um conjunto de exames de avaliação que ajudam a perceber se efetivamente existem sequelas ou não, sobretudo em assintomáticos.

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