A empresa de guias Lonely Planet revelou a sua 18.ª lista anual “Best in Travel”.
A edição de 2023 está num formato ligeiramente diferente do que tem sido nos últimos anos. Em vez de uma lista simples, os destinos estão divididos em cinco categorias: comer, aprender, viajar, descontrair e conectar-se.
“Este ano, queríamos mesmo experimentar algo novo e quisemos refletir a forma como vimos os viajantes à procura de viagens, que era sobre o destino, mas também sobre a experiência”, explica Nitya Chambers, editora executiva e vice-presidente sénior de conteúdos da Lonely Planet.
Os editores começam a trabalhar na lista logo em abril. Chambers diz que, por muito que gostassem, nem todos os funcionários podem visitar todos os lugares da lista pessoalmente.
Em vez disso, explica, a Lonely Planet estende a mão à sua vasta rede de colaboradores em todo o mundo e pede-lhes que nomeiem destinos que achem que deveriam estar na lista.
A partir daí, os editores na sede da Lonely Planet começam a fazer mais perguntas, a trabalhar as suas fontes e a reduzir as opções até ao lançamento em novembro.
Chambers resume o destino perfeito como “esperado, mas inesperado”.
Isso pode significar arriscar num novo país, como Malta ou Guiana, onde nenhum dos seus amigos foi ainda. Pode significar escolher um lugar menos visitado num destino favorito, como Marselha em vez de Paris ou Fukuoka em vez de Tóquio. As quatro cidades estão entre os 30 destinos da lista de 2023.
A viagem da Lonely Planet começou em 1972, depois de Maureen e Tony Wheeler terem viajado do Reino Unido para a Austrália e, posteriormente, terem publicado um guia para recriar a sua aventura terrestre.
Delícias culinárias
Não é de admirar que Lima apareça como uma das escolhas na categoria “comer” da lista da Lonely Planet – a capital do Peru há anos que tem conquistado reconhecimento na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo.
No entanto, o seu irmão sul-americano Montevideu – outra entrada na categoria “comer” – não é tão procurado. Os visitantes da capital uruguaia podem reconhecer pratos que são populares em outros lugares do continente, como dulce de leche, asado e yerba mate.
O Uruguai também começa a ganhar destaque como destino vinícola, com tintos e brancos à disposição. Além disso, é muito mais acessível e menos movimentado do que a região vinícola de Mendoza, na Argentina.
Os amantes da comida de rua devem ir a Kuala Lumpur. A capital é um local perfeito para uma introdução a alimentos de toda a Malásia, como nasi lemak (o prato nacional oficioso), caris estilo Penang e clássicos peranakanos como sopa de bexiga de peixe.
Entretanto, é difícil encontrar uma cozinha italiana que não seja apreciada.
Stanley Tucci visitou a Úmbria num episódio do seu programa, “Searching for Italy”, deliciando-se com trufas pretas, ragu de javali e pombo assado. Também está na lista da Lonely Planet.
Conectar-se
À medida que o mundo se abriu após as longas restrições da covid, muitos viajantes sentiram a vontade de se conectar ou reconectar com os outros.
Uma maneira de fazer isso é olhando para os nossos próprios quintais.
Boise, a capital do Idaho, é lar da maior comunidade basca do mundo fora de Espanha, e entra na lista “conectar-se” da Lonely Planet. Alguns residentes locais ainda falam a língua basca, aprendem danças tradicionais e fazem paella grande o suficiente para alimentar toda a povoação.
Enquanto isso, do outro lado do mundo, Sydney também entra na lista. A cidade australiana é conhecida pelos seus simpáticos habitantes, bem como pelas suas belas praias, cena gastronómica de topo e... ah, sim, uma ópera muito gira.
Pessoas com legado africano podem querer ir a Acra, no Gana, para o seu próprio sentido de conexão. O país, também na lista, observou um Ano de Regresso em 2019, que trouxe pessoas de toda a diáspora para o Gana para a comunhão e comunidade.
Só porque o ano passou não significa que o sentido de conexão tenha desaparecido: o Gana quer atingir o objetivo de oito milhões de turistas por ano.
Aprenda a desligar
A pandemia também impulsionou outro desejo poderoso: o stress de trabalhar em casa enquanto as crianças tinham aulas por Zoom significa que muitos viajantes só querem fazer uma longa pausa.
Os destinos insulares, como a Jamaica e a Dominica nas Caraíbas, são o local ideal para descontrair, de acordo com a Lonely Planet.
A primeira está no topo da lista pessoal de Chambers para 2023.
“Temos apenas uma oportunidade no verão de passar mais tempo com os nossos filhos, entrar no espírito e ter a experiência de viver em algum lugar onde nos possamos sentir realmente mudados e transformados por fazermos parte de outro lugar.”
Embora o verão de 2022 com as “viagens de vingança” possa ter feito parecer que a Europa está a abarrotar de turistas, Malta – outro destino para “descontrair” – é uma joia menos conhecida, com o clima de Itália e a paisagem do Médio Oriente.
E na Ásia, o arquipélago indonésio de Raja Ampat pode ser um dos últimos paraísos ao cimo da Terra.
Localizado na província de Papua Ocidental, este local é adorado pelo ecoturismo e alberga um projeto de restauração de corais de enorme sucesso.
Aprenda uma lição
Começou a amassar pão ou a aprender uma nova língua durante o confinamento? Se quer manter o espírito de aprendizagem vivo para além da pandemia, a Lonely Planet sugere que visite um destino com o propósito de aprofundar o seu conhecimento.
Estes incluem o Novo México, o Estado norte-americano apelidado de “Terra do Encantamento”, onde os visitantes podem aprender sobre a história nativa americana e o legado espanhol do país enquanto comem malaguetas vermelhas e verdes e saborosos biscoitos biscochito.
Visitar algumas das segundas cidades da Europa também pode expandir os seus horizontes. Em Marselha, aprenda a dizer mais do que apenas “merci beaucoup” enquanto se bronzeia na costa mediterrânica francesa. Em Inglaterra, Manchester é um destino cultural subestimado, com galerias de arte, salas de espetáculos e um festival anual de cultura, tudo à disposição.
A viagem é o destino
Em última análise, quer se faça à estrada em busca de uma refeição perfeita ou uma paisagem urbana deslumbrante, viajar é tanto sobre explorar pelo caminho como o que está no seu itinerário.
Com isso em mente, a Lonely Planet designou seis locais de “viagem”, lugares para os viajantes mais sedentos.
Não é de admirar que o reino asiático central do Butão tenha sido eleito. Em 2022, o país reabriu finalmente ao turismo e revelou a sua joia da coroa – o trilho trans-Butão, que liga nove dzongkhags (distritos), 28 gewogs (governos locais), dois municípios, um parque nacional e 400 locais históricos e culturais.
A Zâmbia, outro destino de “viagem”, pode ser mais conhecida pelas Cataratas de Vitória, que a UNESCO descreve como “(mergulhar) ruidosamente por uma série de desfiladeiros de basalto que faz levantar uma névoa iridescente”.
Mas mesmo que a catarata mais impressionante do mundo não seja uma razão convincente para visitar o país, a diversidade selvagem da vida animal – girafas, elefantes, leões, hipopótamos, chitas e muito mais – tornam-no a escolha perfeita para um safari.
Aqui está a lista completa de 30 destinos:
Lista Best in Travel da Lonely Planet 2023
COMER
Úmbria, Itália
Kuala Lumpur, Malásia
Fukuoka, Japão
Lima, Peru
África do Sul
Montevideu, Uruguai
VIAGEM
Istambul, Turquia para Sófia, Bulgária
Nova Escócia, Canadá
Butão
Zâmbia
Austrália Ocidental
Parque Nacional Naturales, Colômbia
DESCONTRAIR
Calcídica, Grécia
Jamaica
Dominica
Raja Ampat, Indonésia
Malta
Jordânia
CONECTAR-SE
Alasca
Albânia
Acra, Gana
Sydney, Austrália
Guiana
Boise, EUA
APRENDER
Manchester, Reino Unido
Novo México, EUA
Dresden, Alemanha
El Salvador
Sul da Escócia
Marselha, França