Líder do Livre conseguiu reforçar a sua votação numa eleição em que todos os outros partidos da esquerda perderam representação parlamentar. Rui Tavares reforça urgência de entendimentos para as autárquicas
Rui Tavares, o único líder de esquerda que viu a sua votação reforçada, subiu ao palco para fazer um discurso em que se apresentou como a “exceção” numa realidade para o qual o Livre estava a contar: a de um reforço do Chega numa maioria de direita no Parlamento. “Não foi por falta de aviso”, afirmou, salientando que o seu partido defendeu que a esquerda precisava de se apresentar “com um plano claro de alternativa de governação” e não bastava enunciar os problemas éticos relacionados com a Spinumviva, a empresa familiar do primeiro-ministro.
Como exceção à esquerda, destaca, “o que vamos fazer é falar e pedir a toda a gente que fale com os seus amigos, família e colegas de trabalho e diga que Portugal é muito mais do que isto e que tudo o que construímos desde o 25 de Abril tem ainda muito para dar aos nossos concidadãos”, sublinhou o líder do Livre, que subiu a sua representação parlamentar para seis deputados.
Posto isto, Rui Tavares arrancou com aquilo que definiu como a sua grande missão. “Vamos dinamizar um grande movimento democrático e progressista no país”. “Este é o momento da reviravolta”, “não achamos normal ter um país em que a direita se radicalizou e em que a esquerda esteja a decrescer”.
Tudo isso, diz, “será prático e no terreno”. “Eu não faço a mínima intenção de ficar em casa a refletir”. “É agir para mudar, nas escolas e nas ruas” e conseguir “virar o jogo para a esquerda, para o progresso, para a ecologia com idealismo e pragmatismo”. “Sem perder um milímetro dos nossos ideais”.
O porta-voz do Livre apontou ainda aos objetivos que tem para as próximas eleições, abrindo caminho a uma coligação alargada que possa incluir o arco da esquerda, que na sua maioria se viu derrotado esta noite. “O Livre, com toda a gente que se quiser juntar a nós, apresentará nas próximas eleições autárquicas o máximo de candidaturas progressistas que disputarão no terreno do nosso país, o terreno à direita radicalizada que temos hoje em dia”. “Não esqueceremos nenhuma povoação do nosso país”.
Além das autárquicas, Rui Tavares está também de olho nas presidenciais do próximo ano, destacando que o Livre “estará no centro da eleição de um ou de uma Presidente da República que esteja comprometido com o estado de direito social e ambiental no nosso país que é uma condição essencial para o podermos preservar”.