Daniel Adrião acusa direção do PS de falta de diálogo e de excluir "não costistas" na lista de deputados

Agência Lusa , CE
14 dez 2021, 01:17
Adrião diz que o PS precisa de crescer

O dirigente socialista fez várias críticas diretas a António Costa: "Há mais vida no PS para além do costismo"

O dirigente socialista Daniel Adrião acusou esta segunda-feira a direção do PS de se “furtar ao diálogo e de excluir das listas de candidatos a deputados às eleições legislativas os membros de sensibilidades “não costistas”.

Estas críticas foram feitas pelo líder da tendência minoritária, “Democracia Plena” na reunião da Comissão Política Nacional do PS que está a votar as listas de candidatos a deputados deste partido e que começou às 22:30 de segunda-feira.

Daniel Adrião fez um ataque direto ao secretário-geral do PS, dizendo que “mostrou através da forma como as listas foram feitas aquela que é a visão que tem sobre o modelo de governança do partido: O vencedor leva tudo”.

“Uma visão que contrasta com a tradição do PS e com a prática dos seus antecessores, que sempre procuraram que nas listas ficassem refletidas as diferentes sensibilidades internas, designadamente aquelas que foram a votos e que foram lideradas por militantes que se dispuseram a concorrer à liderança do partido, contribuindo para o debate e para o pluralismo interno”, acusou.

Daniel Adrião contestou a posição de António Costa de que todas as sensibilidades do PS estão representadas nas listas que concorrem às próximas eleições legislativas.

“Só se estiver a falar das sensibilidades costistas. A questão é que há mais vida no PS para além do costismo”, afirmou.

Segundo este dirigente do PS, “a direção furtou-se ao diálogo neste processo e inclusive o secretário-geral deixou sem resposta uma solicitação formal que lhe foi feita por parte de 29 dirigentes nacionais com um pedido de reunião”.

“A direção do partido ignorou os estatutos que preveem a possibilidade de os candidatos a deputados serem escolhidos através de um processo de primárias e violou a disposição estatutária que estabelece que os critérios para a elaboração das listas têm de ser aprovados na Comissão Nacional, o que desta vez, pela primeira vez na História do PS, não aconteceu”, acrescentou.

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