Centenas de pessoas manifestam-se em Lisboa "por uma vida justa"

Agência Lusa
25 fev 2023, 16:14

Na concentração junto à praça Marquês de Pombal, estiveram representadas várias associações, inclusive esteve presente o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira

Contra o aumento do custo de vida em Portugal, centenas de pessoas concentraram-se hoje na praça Marquês de Pombal, em Lisboa, numa manifestação que irá até à Assembleia da República, para reivindicar ação política, inclusive “salários para viver”.

“Queremos pão, não inflação”, “basta de aumento dos preços” e “casas para morar, não para especular” são algumas das frases de ordem, inscritas nas faixas que, pelas 15:00, estavam estendidas no chão a aguardar pelo arranque do protesto pelas ruas de Lisboa, que começou a avançar pelas 15:45, hora em que começou a chover.

Promovida pelo movimento cívico Vida Justa, a manifestação encheu um dos lados da rotunda do Marquês de Pombal, com centenas de pessoas, esperando que mais se juntem, para que o percurso até à Assembleia da República se inicie antes das 16:00.

Rui Estrela, um dos responsáveis pelo movimento cívico Vida Justa, disse que a participação é, sobretudo, de pessoas de bairros periféricos de Lisboa, afirmando que mais importante do que a adesão ao protesto de hoje é que o mesmo irá ter continuidade, referindo que esta manifestação é “a forma mais sonante” de dar início ao processo de reivindicações junto do poder político.

A opção de terminar o protesto na Assembleia da República foi por considerarem que este “é o espaço que deve ser permeável às propostas e à voz dos cidadãos”, indicou Rui Estrela, referindo que a convocação de uma manifestação é a forma “mais fácil” de se fazerem ouvir, para que possam participar na tomada de decisões e ter a “democracia em pleno”.

“Lutar, lutar, para a fome acabar. Lutar, lutar, queremos casas para morar”, foi uma das frases de ordem que se fizeram ouvir, em simultâneo com o som do rufar dos tambores.

Entre os vários cartazes no protesto, um era erguido por uma idosa de cadeira de rodas: “Fui obrigada a vir para a rua gritar".

“Já é tempo de juntarmo-nos e lutar!”, lê-se num outro cartaz.

Em defesa de “salários para viver”, a limitação do preço dos bens essenciais e “casa para as pessoas”, o movimento Vida Justa nasceu na periferia de Lisboa e é composto por moradores dos bairros da periferia da capital, por pessoas de movimentos sociais e cidadãos de vários setores, como professores, juristas, antropólogos, investigadores, entre outras profissões, que se juntaram para alertar para situações de precariedade vividas atualmente.

Este protesto decorre quase em simultâneo com uma manifestação de professores e trabalhadores não docentes, organizada pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (Stop), que começou junto ao Palácio da Justiça e que irá, também, até à Assembleia da República.

O manifesto do movimento Vida Justa, que se encontra em processo de recolha de assinaturas, alerta para que “todos os dias os preços sobem, os despejos de casas aumentam e os salários dão para menos dias do mês”.

“As pessoas estão a escolher se vão aquecer as suas casas ou comer”, lê-se no documento, em que os subscritores exigem um programa de crise que “defenda quem trabalha”, que os preços da energia e dos produtos alimentares essenciais sejam tabelados, os juros dos empréstimos bancários congelados, os despejos proibidos, além de aumentos salariais acima da inflação e medidas para apoiar o comércio e pequenas empresas.

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