A Faculdade de Ciências e Humanas da Universidade Nova de Lisboa também encerrou, mas entretanto já reabriu. Há protestos em vários outros estabelecimentos de ensino.
O Liceu Camões, em Lisboa, está fechado desde as 08:00 desta quinta-feira devido ao protesto dos alunos pelo fim dos combustíveis fósseis, disse à agência Lusa fonte do movimento “Fim ao Fóssil ocupa”.
“Por volta das 05:00/06:00 colocaram cadeados nos três portões de acesso à escola e impediram a entrada. Fizemos uma análise da situação e achou melhor informar a comunidade escolar de que não haveria condições para atividades letivas. Neste momento estamos numa reunião com os manifestantes, no sentido de depois de almoço reabrirem os portões. Prevejo que será difícil a escola abrir à tarde”, relatou à CNN Portugal o diretor da Escola Secundária de Camões, João Jaime Pires.
Os ativistas pelo clima do Liceu Camões estão em protesto na escola há vários dias, mas sempre permitiram a entrada de outros alunos e professor no estabelecimento. O diretor diz que não era esperada esta mudança no protesto, até porque havia um acordo verbal para que a escola não fosse encerrada. João Jaime Pires acrescenta que a direção foi informada por email do encerramento da escola por volta das 06:40.
João Jaime Pires acrescenta que os manifestantes não terão reivindicações relacionadas com e escola diretamente ou com falta de apoio do estabelecimento aos protestos. “A escola tem desenvolvido um conjunto de atividades que apoiam as lutas pelo clima, pela igualdade… lutas que são fraturantes. A nós não nos colocaram essa questão de arranjar assinaturas ou convencer as pessoas a comparecer no protesto de dia 13 em Sines”, revelou.
A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa também foi encerrada pelos ativistas às 08:00, mas entretanto já reabriu.
Também na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa têm sido levado a cabo protestos, com os ativistas a ocuparem mesmo o gabinete da direção.
As reivindicações além do Clima
Em Coimbra, os ativistas ocuparam os jardins da Faculdade de Economia e contam com o apoio do diretor. “Tivemos hoje uma conversa com o diretor. Ele apoia as nossas reivindicações e acha que todas fazem sentido. Mas a probabilidade de invadirmos esta faculdade é grande. Temos o apoio da Faculdade de Economia e do seu diretor, mas queremos um posicionamento de outras faculdades e da própria Universidade de Coimbra e do seu reitor”, adiantou João Marcelino, aluno da Escola Superior Agrária de Coimbra e membro do grupo que está acampado nos jardins da Faculdade de Economia.
O grupo conta com o apoio de outros alunos, que têm participado nos protestos e assistido às palestras promovidas pelos ativistas. “Devemos ter tido um grupo de 25 pessoas a dormir aqui connosco esta noite”, contabilizou João Marcelino.
O ativista adiantou que as reivindicações do grupo são coincidentes a nível nacional, mas acrescentou que pedem, a nível local, um “posicionamento da Universidade em relação a bancos e entidades que apoiam combustíveis fósseis”. Além disso, pedem que os currículos sejam atualizados e que contemplem temas como as alterações climáticas e as suas implicações. E, como as reivindicações do grupo vão muito além das questões relacionadas com o clima, pedem ainda mais residências e habitação digna para os estudantes de Coimbra.
Na terça e na quarta-feira, a Escola Artística António Arroio, em Lisboa, também encerrou no âmbito dos protestos pelo fim dos combustíveis fósseis.
Os jovens ativistas estão, desde o dia 26 de abril, a fazer ações de protesto pelo clima em escolas de Lisboa e do Algarve, ocupando a Faculdade de Letras, a Faculdade de Psicologia e o Instituto Superior Técnico, a Escola Secundária Dona Luísa de Gusmão, em Lisboa, e Escola Secundária Tomás Cabreira, em Faro.
Exigindo o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, os jovens dizem que só param quando tiverem 1.500 pessoas dispostas a participar numa ação contra o gás natural marcada para dia 13 no porto de Sines.