Lisboa com casas mais caras que Milão, Barcelona ou Madrid

ECO - Parceiro CNN Portugal , Ana Petronilho
5 abr 2023, 09:43
Vistas de casas Lisboetas em Alfama (REDA&CO/Getty Images)

A capital portuguesa destaca-se também por apresentar a maior subida do preço de venda dos imóveis nos primeiros três menos do ano, entre cinco das maiores cidades do sul da Europa

Lisboa é a segunda cidade do sul da Europa mais cara para arrendar ou comprar casa, ficando acima dos valores de Milão, Barcelona ou Madrid, diz a Casafari, uma plataforma europeia de dados imobiliários.

Durante o primeiro trimestre deste ano, arrendar um apartamento em Lisboa custou, em média, 23 euros por metro quadrado, e o preço médio de venda situou-se nos 5.149 euros por metro quadrado.

Estes preços são apenas ultrapassados por Paris, onde o preço de venda de uma casa cifrou-se em 12.707 euros por metro quadrado, e as rendas tiveram em conta um preço médio de 41 euros por metro quadrado, mostra o relatório do mercado residencial realizado pela Casafari.

Em Milão, arrendar um apartamento nos primeiros três meses do ano apresentou o mesmo preço que em Lisboa, enquanto que o preço de venda ficou 3,5% abaixo dos preços praticados na capital portuguesa (cerca de 4.969 euros por metro quadrado).

Em comparação com Espanha, os valores da Casafari mostram que tanto no mercado de arrendamento como no mercado de venda, os preços praticados em Lisboa entre janeiro e março foram superiores aos registados nas duas maiores cidades espanholas: arrendar uma casa em Barcelona e Madrid custava no primeiro trimestre 22 euros e 17 euros por metro quadrado, respetivamente; enquanto os preços de venda situaram-se nos 4.120 euros por metro quadrado em Barcelona e nos 4.062 euros em Madrid.

Preços das casas em Lisboa não dão tréguas

O estudo da Casafari revela ainda que Lisboa continua a ser a cidade com maior subida no preço médio por metro quadrado de venda durante os primeiros três meses do ano: em termos homólogos, os preços dispararam 9,8% e em relação ao último trimestre de 2022, os preços subiram 3,4%. Tendência que se arrasta pelo menos desde o último trimestre do ano passado.

À exceção de Paris, onde se registou uma ligeira quebra homóloga de 0,3%, os preços de venda em todas as cinco cidades aumentaram, em média, 5,2%. Face ao último trimestre do ano passado, o crescimento generalizado dos preços foi de 1,1%.

No mercado de arrendamento, a Casafari revela ainda que a capital portuguesa destaca-se como a cidade que apresentou aumentos mais significativos: uma subida de 5,4% face ao último trimestre do ano passado e um crescimento de 40,2% face ao período homólogo.

Estes valores comparam com uma subida homóloga média de 18,3% dos preços das rendas nas cinco cidades europeias analisadas, e com um aumento médio dos preços de apenas 1% nos últimos 12 meses.

Oferta de casas em queda em todas as cidades

Parte da crise habitacional que se vive em Portugal é resultado de uma oferta reduzida de móveis. Isso é bem visível em Lisboa, mas a capital portuguesa está longe de ser um caso único na Europa.

Segundo o estudo da Casafari, a oferta de casas para venda sofreu uma contração homóloga de 0,2% nos primeiros meses de 2023 nas cinco cidades analisadas: Barcelona e Madrid com uma contração de 16,6% da oferta foram as cidades que mais contribuíram para este cenário.

Ao nível da oferta de casas para arrendamento, registou-se uma quebra muito significativa (38,1%) em relação ao mesmo período de 2022: Milão (-51,3%), Lisboa (-47,2%) e Madrid (-26%) são as cidades que mais contribuíram para este panorama.

O relatório conclui ainda que, “apesar do contexto adverso, marcado pelo súbito crescimento das taxas de juro, os rendimentos residenciais nas cidades em análise aumentaram ao longo do ano”, sobretudo devido à subida do preço médio de arrendamento (+18,3%) ter sido maior do que a do preço médio de venda (+5,2%), na comparação com o período homólogo.

Em Lisboa, os rendimentos residenciais registaram uma subida homóloga de 27,7%, que compara com uma subida de 19,3% em Barcelona. No canto oposto está Madrid, onde foi registada uma quebra de 2,4% nos rendimentos residenciais. Mas se a comparação for feita com o último trimestre do ano passado, a tendência geral destas cidades é de uma contração média de 0,3% e em Madrid de uma queda de 8,4%.

Para realizar o relatório do mercado residencial, a Casafari teve como base mais de 250 milhões de imóveis e mais de 30 mil fontes de informação online.

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