Após as críticas, Câmara de Lisboa cancela a "marcha dos pobrezinhos"

CNN Portugal , MJC
13 out 2022, 11:32
Covid-19 no mundo

O evento na próxima segunda-feira deixa de ter as atividades no Parque Eduardo VII, o piquenique e a marcha e vai limitar-se a um "um momento simbólico na rua Augusta"

Após o coro de críticas, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) decidiu cancelar a maioria das atividades que tinha planeadas para a próxima segunda-feira, dia 17, quando se comemora o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, incluindo a polémica marcha para qual foram convidadas as pessoas em situação "de maior vulnerabilidade social" da capital. "As atividades ao ar livre já não se vão realizar, vamos cingir-nos a um momento simbólico na rua Augusta", revelou ao Jornal de Notícias Henrique Pinto, presidente da Impossible, uma das parceiras do evento.

Para o assinalar Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, a CML, em conjunto com o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo e a Associação Impossible-Passionate, decidiu organizar uma marcha com as “pessoas de maior vulnerabilidade social” da capital, incluindo os sem-abrigo. A ideia terá sido da vereadora Laurinda Alves, que tem o pelouro dos Direitos Humanos e Sociais, entre outros. No e-mail enviado no dia 29 de setembro às juntas de freguesias de Lisboa, a vereadora pedia que fossem identificadas as pessoas carenciadas que poderiam participar no evento e explicava que as atividades iriam começar no Parque Eduardo VII, durante o período da manhã, incluindo um almoço em formato de piquenique, a que se seguiria uma caminhada/marcha, durante a tarde, a terminar na Rua Augusta, já ao final da tarde.

As críticas surgiram de diversos setores, incluindo das próprias juntas de freguesia. Das 24 juntas de freguesia da capital, mais de metade não aderiu à iniciativa.

"A pobreza não se combate com ”marchas e piqueniques”, "mas sim com medidas concretas", afirmou Miguel Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, criticando aquela que considerava ser a "marcha dos pobrezinhos".

Ao JN, Laurinda Alves garantiu que o evento é realizado há mais de 20 anos, tendo desde a primeira edição o apoio da autarquia: "Lamento profundamente o vergonhoso aproveitamento político sobre um tema que a todos nos devia unir", reagiu a vereadora.

Henrique Pinto também confirmou a realização da marcha em anos anteriores mas admitiu que, este ano, "gostávamos que o número de participantes fosse maior" e que, por isso, houve alterações à programação, incluindo jogos tradicionais e um piquenique. 

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